quarta-feira, 20 de agosto de 2008

A sacralidade do júri

Um dos momentos mais bonitos do júri é quando o juiz presidente pede que todos os jurados fiquem de pé para fazerem o juramento.

O presidente exorta os juízes da seguinte forma: "Concito-vos a examinar com imparcilaidade esta causa e a proferir a vossa decisão, de acordo com a vossa consciência e os ditames da justiça".

Os jurados, individualmente, respondem: "Assim o prometo".

Grandes palavras no texto da lei, ditas de pé, honrando o que se vai dizer.

O examinar é a observação minuciosa da causa, o ver bem, o perquirir, o verificar.

A imparcialidade é a maior virtude do juiz. Ao examinar o fato descobre a verdade e aplica a justiça, independente de quem esteja sendo julgado.

De acordo com a consciência. Com a ciência, com a luz interior, com os valores elevados que nela estãos presentes em todos os seres humanos, como dádiva do Criador. Tudo o que precisamos para decidir bem está gravado na memória da humanidade. Basta procurarmos e encontraremos, mas tudo deve está de acordo com ela.

E também com os ditames da justiça. O que a justiça dita, impõe, ordena, de dar a cada um aquilo que lhe é devido.

Os jurados prometem cumprir a exortação feita pelo magistrado.

Prometer é assegurar que alguma coisa será feita, que será cumprida. A promessa aqui é santa, espiritual, líquida e certa, como aquela da terra prometida.

Exortar é animar, instigar, concitar, dar vida, aconselhar. Essa expressão é bem bíblica: "exorto-vos a seguir o caminho da reta justiça.

A sacralidade é elemento do Júri Popular, que tem origem religiosa, vem de muito alto.

Os gregos, antes de realizar os julgamentos no Areópago, espargiam água benta e acendiam incesos como forma de espulsar todas as impurezas e maldades dos homens e dos demônios.

O Júri tem todo o seu segredo. Acolhe aquele que o respeita e expulsa de seu convívio os chicaneiros, os charlatões, os imorais, e tudo o que não condiz com sua natureza superior.

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