quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

LUZ, PAZ E AMOR!

Desejo a todas as pessoas do mundo.

A você.

A minha família.

Aos meus amigos.

Aos meus inimigos.

Obrigado meu Grande Mestre, pela vida, pela saúde, por tudo de bom que tem acontecido em minha existência.

Obrigado meu Grande Mestre por eu ter superado muitas dificuldades, por ter sabido ser bom marinheiro nos momentos de mar revolto. Obrigado pelas lições que aprendi.

Luz, Paz e Amor!

Desejo a todos Feliz Natal e um Ano Novo cheios de bençãos !

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Profissão de fé do criminalista

O texto abaixo foi tirado do livro Da Tribuna de Defesa ou da Assistência de Acusação, de autoria do grande criminalista Paulo José da Costa Júnior, e se constitui em excelente material para examinarmos, neste final de ano, como foi que atuamos, e em que ponto podemos nos aperfeiçoar, para subirmos ainda mais nos degraus de nossa profissão.

Ser criminalista é devoção, arrebatamento, desprendimento.

Viver o drama do cliente como se fosse ele próprio.

Envolver-se na dor alheia e senti-la na própria carne.

Sofrer a privação da liberdade como se o próprio filho estivesse por entre as grades.

Angustiar-se com a angústia dos familiares. Suportá-la e compreendê-la.

Enxugar o pranto dos pais que choram. Consolar a dor do filho aflito. Aplacar a revolta do cônjuge irado contra a injustiça dos homens.

Não ter hora para o repouso quando a liberdade de alguém estiver ameaçada.

Enfrentar a arbitrariedade com firmeza e coragem. Lutar contra a violência e o desmando.

Não distinguir entre os pobres e ricos, poderosos e miseráveis. Defender a todos, com igual denodo. Ser mais passional que profissional.

Propugnar pela isonomia e combater os privilégios. Procurar atribuir a cada um o que é seu.

Aceitar a despeita do adversário derrotado e por isso inconformado.

Habituar-se a sorver o fel amargo da ingratidão do cliente. E receber, com resignação maculada pela mágoa, o punhal da traição do colega em quem confia.

Encarar o adversário com lealdade, mas sem temor de com ele porventura agastar-se. Acima de tudo está a defesa de um direito ofendido que precisa ser restaurado.

Não temer a conquista gratuita de inimigos, nem a antipatia dos que estiverem afetivamente ligados à vítima. A isto se sobrepõe a defesa do réu, por mais desgraçado que seja, que tem o direito inconteste de que alguma palavra seja dita em seu benefício.

Aliar, se possível, à experiência do velho a tenacidade do jovem.

Pugnar, sem trégua nem quartel, enquanto o direito não for reconquistado, enquanto a justiça não for reparada.

Ser criminalista, enfim, é dar tudo de si. Dedicação, sacrifício. Sem temor e sem nenhuma esperança de gratidão ou de recompensa.

A grande recompensa é a paz interior. A tranquilidade serena de consciência. A sensação confortadora do dever cumprido.

Os horrores e os riscos da delação premiada

A história que se segue será relatada em breve num tribunal de Justiça. Vale para reflexão.

Gabriel Pires, ex-diretor do Banestado, foi preso em 2004 pelo Juiz Sérgio Moro, da 2ª Vara Criminal Federal de Curitiba. Após quatro meses encarcerado em uma cela de 4 metros quadrados, em local sujo, inóspito e sem nenhuma dignidade humana, humilhado diante de sua família e da sociedade, foi convencido a realizar um acordo de cooperação com o Ministério Público Federal para delatar diversos companheiros de diretoria do banco e também de clientes.

Saiu da cadeia, autorizado pelo juiz com a missão de angariar o máximo de provas contra supostos outros criminosos. Disse o que sabia, o que não sabia e mais um pouco. Com base em suas declarações, a 2ª Vara Criminal Federal promoveu várias ações penais contra diversos integrantes do governo Jaime Lerner, além de inúmeros empresários, tudo seguindo informações colhidas com o delator que auxiliava os interesses da Justiça e do Juiz.

Recentemente, passados mais de 4 anos de sua prisão, Gabriel Pires revelou, ao prestar testemunho em uma ação penal contra um dos maiores empresários do Paraná, que nada do que havia dito com relação ao referido empresário era verdadeiro, que suas informações anteriores foram fruto de uma forte pressão psicológica promovida pelo inusitado e violento momento que passou na prisão, uma espécie de “Guantánamo Curtibano”. Em outras palavras: ele disse que o ambiente de terror imposto fez com que falasse até o que não sabia.

Para desespero do juiz federal, a testemunha desmentiu as afirmações anteriores, feitas sob pressão, segundo ela. Só para lembrar, a tortura psicológica era um dos meios utilizados pelos algozes da ditadura militar. Um levantamento sobre a delação premiada no Brasil indica que a 2ª Vara Federal de Curitiba está entre as duas que mais se utiliza deste modus operandi. Há gente muito conhecida dos paranaenses entre os que firmaram acordo. O empresário Tony Garcia e o doleiro Alberto Youssef são dois deles, assim como o desconhecido Sergio Renato Costa. Estão em liberdade e têm algo em comum: continuam ricos.

Por Ze Beto

Fonte: Conjur - Tortura psicológica faz parte da preparação da delação premiada

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

A comunhão diabólica nas histórias do júri

Um Mestre da Vida dizia que a cachaça é a comunhão diabólica.

Dos 14 júris que fiz este ano a comunhão diabólica esteve presente na história de 11 julgamentos.

Desgraçando famílias, causando prantos, gemidos de dor. Tantos rios de lágrimas dos olhos de mães, pais e filhos!

Hoje faço meu último júri do ano.

Podia ser diferente? Mais uma vez a cachaça despertanto no homem seu lado mais irracional, mais primitivo, mais animal, mais diabólico. Vítimas ou réus?

E em meio a todas essas cenas complexas da vida na terra, advogados e promotores, buscam na análise dos fatos e do direito as melhores argumentações da mente humana para aplicar a devida justiça em cada caso concreto.

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

O maior advogado do mundo

No livro O Maior Vendendor do Mundo, de Og Mandino, podemos extrair muitos ensinamentos aplicáveis à advocacia. Adapto as lições ao nosso mundo jurídico, mas servem também para outras áreas da vida humana, basta saber aplicá-las, elas são de valor universal.

1º Pergaminho - Saudarei o dia com amor no coração. Amor pela justiça, amor pelo direito, amor pela verdade, amor pela paz, amor pelo próximo.

2º Pergaminho - Persistirei até alcançar o êxito. Não desisto, acredito no sucesso. Caio mas me levando, sofro mas aprendo as lições. Meu destino é vencer, e se persisto vencerei.

3º Pergaminho - Eu sou o maior milagre da natureza. Falo, penso, construo. Sou o produto de milhares de anos de evolução. Continuarei evoluindo, minha mente, meu corpo, meu espírito. Tenho potencial ilimitado.

4º Pergaminho - Viverei hoje como se fosse meu último dia. Vivo o agora, aproveito o momento. O amanhã está tão enterrado quanto o ontem. Sou afortunado por ter vida neste momento, ele é um presente, é um dádiva, aproveitarei com gratidão no coração. Esse é o tempo que realmente tenho, não o perderei com emoções doentias, procurarei ser feliz agora.

5º Pergaminho - Serei dono das minhas emoções. Se meu ânimo é forte, meu dia será um suceso. Quem é senhor dos seus ânimos é senhor do seu destino. A partir de hoje serei capaz de dominar qualquer estado de espírito com que desperte a cada dia. Serei dono de mim mesmo.

6º Pergaminho - Cultivarei a doçura do sorrir, este é o segredo da vida longa. Meu riso será sincero, será ouro ofertado ao meu próximo. Enquanto eu ri jamais serei pobre.

7º Pergaminho - Multiplicarei o meu valor. Amarei mais, serei mais justo, mais belo, mais terno, tudo o que eu tiver de bom, multiplicarei a cada dia. Tenho possibilidade de crescimento ilimitado, sou filho de um Deus sem fim.

8º Pergaminho - Sou homem de ação. Meus pensamentos, meus planos, meus sonhos nada valem se eu não agir, se eu não buscar, seu eu não trabalhar para concretizá-los.

9º Pergaminho - Buscarei sempre a orientação divina. A luz, o norte, para seguir no caminho certo.

Aplique essas lições e seja o maior vendedor do mundo, o maior orador do mundo, o maior advogado do mundo, o maior empreendedor do mundo, o maior pastor do mundo, o maior mestre do mundo. Em qualquer profissão essas lições podem servir como um caminho importante para se alcançar a vitória.

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

A experiência no jogo de xadrez e na advocacia

Encontrei no livro Moderno Dicionário de Xadrez, de Byrne J. Horton, uma belíssima análise do que seja a experiência e o seu valor, e que se aplica também na advocacia, e em qualquer outra profissão.

"Aprender fazendo. É a aquisição de conhecimentos de primeira mão e de habilidade na condução de partidas, pela prática contínua.

O xadrez aprende-se facilmente, mas é difícil de jogar inteligentemente.

Quando tiramos proveito da prática estamos acumulando experiência. Podemos obtê-la diretamente por nossos próprios esforços, ou interpostamente, aproveitando da experiência alheia.

A experiência direta, pessoal, pode ser um caminho tedidoso e desagradável de aprendizado; por meio de outros, entretanto, seja de professores ou livros o estudo pode ser realizado por métodos mais econômicos. Na análise final, os livros são professores silenciosos, eles apresentam as melhores experiências de gerações de especialista.

Toda essa experiência acumulada pelos outros serve de base teórica pra nossa própria experiência. Depois de tudo dito e feito, ainda é a experiência pessoal o árbitro final de toda a teoria".

De tudo isso podemos dizer: que aprendemos com a experiência, com a nossa e com a dos outros; que a teoria nasce da prática e a prática nasce da teoria; que advogar é fácil, o difícil é advogar inteligentemente, como o jogador da arte do xadrez; que a experiência é posto, tem valor, tem brilho, tem poder, e que é o pulo do gato, a distância, a diferença, o abismo, entre o mestre e o aprendiz.

Habilidade para engolir sapos

"Não basta conhecer as leis para ser bom advogado. É preciso conhecer bem tanto o acusado (seu caráter e antecedentes) quanto os jurados, suas peculiaridades profissionais, religiosas e sociais, observa-lhes as reações no julgamento, pois são fatores que influem no momento em que decidem o veredicto.

Além de conhecimentos jurídicos e psicológicos, um advogado precisa ter coragem e altivez, para não ser curvar diante do Tribunal, mas também habilidade para engolir sapos".

Este texto foi retirado do livro A Espada e a Balança, escrito por Jason Tércio, que conta a vida e a atuação de dois grandes criminalistas brasileiros, George Tavares e Evaristo de Moraes Filho.

Angel Osório afirmava que um dos mandamentos do advogado "é não querer ser maior do que o juiz, e nem consentir em ser menos".

Mas a habilidade para engolir sapos realmente é uma arte que devemos saber cultivar. Não por medo da autoridade, mas por estratégia bem medida em favor do seu constituinte. O advogado, pela sua sensibilidade, percebe o momento de engolir alguns sapos, e muitas vezes isso é compensador, traz bons resultados.

O que não é aceitável é a covardia, a tergiversação, o patrocínio infiel. O engolir sapos na advocacia é uma arte muito fina, e a violação dessa arte pode se constituir num verdadeiro xeque -mate em em sua atuação profissional.

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Inspirações socráticas

Ao ler Górgias, um dos Diálogos de Platão, onde Sócrates argumenta em torno da justiça, do bem, do belo e da retórica, pincei algumas frases refinadas que nos servem de inspiração:

"Meu patriminônio é a verdade".

"A injustiça é a mais feia imperfeição da alma".

"O que é justo é belo".

"Feio é tudo o que é mal".

"Rende-te a razão".

"Quem castiga com a razão castiga com a justiça".

"A alma de um homem é melhorada quando ele sofre um castigo justo."

"A justiça é a mais bela das virtudes".

"Maior infelicidade que viver com um corpo doente é viver com uma alma que não está sã, mas corrupta, injusta, ímpia".

"Os que fogem do castigo só veem nele o que há de doloroso e não exergam o que ele tem de útil".

"O maior dos males é a injustiça".

"A falta do castigo faz perserverar o mal".

"Cometer uma injustiça é o segundo mal em grandeza; o primeiro e o maior de todos os males é praticar a injustiça sem ser castigado".

"O que importa, no final, é abster-se da prática da injustiça".

"A impunidade é um mal para o próprio transgressor".

"Os moderados são mais felizes que os intemperantes".

"É a ordem é a proporção que fazem com que uma casa seja boa".

"Em todas as circunstâncias o orador tem que ter olhos atentos para o bem".

"Para ser um bom orador é preciso ser justo".

"Nenhum homem de bem arrasta a um tribunal um inocente".

"É o melhor que me interessa e não o mais agradável".

"Não uso retória bajuladora".

"É digno de todos os elogios quem vive de acordo com a justiça quando dispõe de todos os meios para se praticar o mal".

"Não te acontecerá mal algum se fores realmente um homem de bem, dedicado a virtude".

"O melhor caminho a seguir é o exercício da justiça".

"Devemos por a retórica a serviço do bem".

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Da sacralidade ao canibalismo forense

Conta Pedro Paulo Filho no livro Advogados e Bacharéis: os doutores do povo que "a advocacia na Grécia tinha um caráter místico ao dispor que o recinto do Pretório e do Areópago eram lugares sagrados, prescrevendo que, antes das audiências, se espargisse água lustral, com o fim de advertir juízes e oradores de que só deveriam ali entrar em estado de pureza.

A sacralidade dos atos judiciais, proclamavam-na os gregos, ao celebrá-la no templo, era precedida da queima de incenso e da aspersão de água benta, em esconjuro à maldade dos homens e dos demônios".

Que bom se ainda fosse assim. Só para ilustrar... Por esses dias fazia um júri, quando ao final do resultado condenatório ouvi quando uma autoridade ministerial, que se diz tão pura e verdadeira, se jactava para seu interlocutor, que no outro lado da linha ouvia a seguinte expressão canibalesca:

"Cravei unhas e cravei dentes ".

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Cuidar da advocacia

Administrar a advocacia, era esse o título original deste texto, mas soou-me muito mercadológica, sendo que preferi usar a expressão cuidar da advocacia, mais transcendental.

Cuidar da advocacia é postar-se alerta a tudo o que acontece a sua volta.

Atender bem os clientes...

Acompanhar com zelo os processos...

Aperfeiçoar-se técnica e culturalmente...

Agir da maneira correta com todos...

Manter-se dentro dos padrões éticos exigidos pela tradição e pelas leis da advocacia...

Cuidar de sua própria imagem e de seu bom nome...

Ter seu escritório funcionando bem...

Relacionar-se com boas companhias...

Tudo isso - e muito mais - é saber administrar, cuidar da advocacia, profissão que exige uma boa dose de consciência nos atos que se pratica.

Com o tempo algumas questões passam a ser automaticamente administradas, cuidadas, outras não, é preciso o burilamento diário, a redobrada cautela, a aprendizagem constante, para que da advocacia se possa dizer o que já se disse de melhor, pela voz do filósofo Voltaire: " é a maior profissão do mundo".

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

A Trilogia de Justiniano

"Além da cultura humanística, deve o advogado abalizar-se nas virtudes.

A trilogia de Justiniano, nas Institutas, ou os preceitos de Direito são: 'vivere honeste (viver honestamente); neminem laedere (não prejudicar a ninguém); suum cuique tribuere (dar a cada um o que é seu)'.

A grande força do advogado e dos cultores do direito é a força moral.

Para vencer na vida profissional, deve o advogado ser trabalhador, estudioso e honesto!

Não é utopia, mas a realização do verdadeiro ideal do Advogado: com pés firmes e corajosos, pisar a terra e, com as mãos, tentar alcançar as estrelas do céu".

Carlos Biasotti, no livro Tributo aos Criminalistas

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Uma lição da advocacia

"Esquece - A advocacia é uma luta de paixões. Se a cada batalha fores carregando tua alma de rancor, chegará o dia e que a vida será impossível para ti. Terminado o combate, esquece logo tanto a vitória quanto a derrota". Este é o 9º Mandamento do Advogado, elaborado por Eduardo Couture.

Enquanto o advogado não segui-lo, não compreendê-lo, não aceitá-lo, não pode ser considerado um bom combatente, um homem digno de subir nos montes mais altos depois de andar nos vales mais escuros, com a mesma têmpera e altivez.

Na derrota ou na vitória, a dignidade dos enxadristas, o controle dos samurais, a serenidade de um budista. Assim se reconhece os advogados experimentados que, claro, sentem agonia e êxtase, amargura e alegria, mas que sabem dosá-las, temperá-las, que não ficam iludidos com a fugacidade dos momentos.

Sem dúvida é um sábio ensinamento: "Terminado o combate, esquece logo, tanto a vitória quanto a derrota".

Segue em frente, tira as lições, se burila, cresce, a vida é feita dessas coisas, hoje se ganha, amanhã se perde, e como diz uma sentença grega, "os dados de Zeus caem sempre do lado certo", e como ensina, ainda, o poema Desiderata "quer você entenda ou não, o universo está se desenrolando como deveria, mantenha a paz em sua alma".

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Advogado Independente, Advogado Herói!

"Cultivar a independência não é tarefa para homens fracos. A advocacia verdadeira só existe para os fortes, para os nietzscheanos".

Segundo Paulo Lôbo, estudioso da ética dos advogados, a advocacia têm quatro características essenciais: a indispensabilidade, a inviolabilidade, a função social e a independência.

A indispensabilidade quer dizer que não há justiça sem advogado. A inviolabilidade significa que o advogado é inviolável no exercício de seu mister. A função social pode ser entendida como o serviço público que o advogado exerce em prol da sociedade e do estado democrático de direito.

A independência é a própria essência da advocacia. O advogado servil, covarde, medroso, puxa-saco, não pode ser chamado de advogado. Cultivar a independência não é tarefa para homens fracos. A advocacia verdadeira só existe para os fortes, para os nietzscheanos.

Conforme mandamento legal, o advogado deve manter a independência em qualquer circunstância, e nenhum receio de desagradar a magistrado ou a qualquer autoridade, nem incorrer em impopularidade, deve deter o advogado no exercício de sua profissão. Percebe-se, repita, que essa profissão não foi feita para homens de fraca têmpera.

Ser advogado independente é ser herói. As autoridades, os bajuladores das autoridades, os medíocres, são os primeiros a não suportarem a presença do advogado independente, que com galhardia defende a legalidade contra as conveniências e o desrespeito a lei.

Ensina Rui Barbosa: "Não servir sem independência a justiça, nem quebrar da verdade ante o poder". O advogado quando perde a independência perde a própria seiva da profissão, aquilo que lhe é mais caro, mais valioso, mais belo, mais épico.

Sê independente é mandamento legal, ético, jurídico, filosófico, espiritual da advocacia. Tesouro que cada tesoureiro precisar guardar como uma das pedras de maior brilho e valor de nossa grandiosa profissão. Pesa muito nos ombros carregar a independência, mas lembre-se, é um tesouro que nós carregamos.

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Defesas bem-sucedidas

Diz o criminalista Técio Lins e Silva em seu livro O que é ser Advogado:

"O advogado não tem a obrigação de fazer com que o acusado de um crime seja absolvido.

A vitória da causa não é necessariamente a absolvição. A vitória da causa é o justo resultado, aquele mais condizente com a justiça para aquele caso.

Muitas vezes, se o cliente de fato cometeu aquele delito, obter uma pena justa e adequada é grande vitória, sobretudo quando há paixão popular e clamor público.

Evitar os excessos e conseguir uma desclassificação do tipo de crime, reduzindo a acusação aos seus verdadeiros limites, podem ser exemplos de defesas bem-sucedidas".

Os maus juízes

Triste a sina daqueles juízes que, por suas falhas éticas ou jurídicas, afastam a atuação dos advogados do local onde exercem a jurisdição.

Os momentos mais tristes na vida de um advogado é quando precisa exercer seu mister diante de um mau juiz.

Arrogantes, ou sedentos por reconhecimentos e bajulações, ou imaturos, ou servis, ou burocratas, ou preguiçosos, ou ignorantes das coisas da vida ou do direito. Assim são os maus juízes, os gafanhotos do campo cultivado da justiça.

Parciais, politiqueiros, nervosos, têm o fedor das fossas do reinado da injustiça.

Infelizmente um concurso, em geral, só mede o grau de decoreba de cada um. Não mede a vocação, a temperança, a independência, a honestidade, a transparência, a integridade, as virtudes que se exigem para ser um bom juiz.

Triste carreira, triste destino, um câncer para as instituições, uma maldição para a sociedade, os maus juízes.

Dever de todos combatê-los, apontá-los, porque para eles outra saída não restará senão o amesquinhamento ou o abandono da toga, porque os maus juízes são imcompatíveis com a grandeza da verdadeira magistratura.

terça-feira, 17 de novembro de 2009

O criminalista: o escudo nas horas difíceis

"De um modo geral, as pessoas não se imaginam necessitando do advogado criminal.

No entanto, quando o destino cria para alguém uma situação inesperada e o papel da defesa torna-se vital, o advogado criminal passa a ser a pessoa mais importante na vida desse acusado.

É com ele que o acusado divide seus males, suas angústias, seus medos, suas paranóias e até suas vergonhas. A entrega é total enquanto dura a relação profissional".

Técio Lins e Silva, no livro O que é ser Advogado

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

A suspeita já crucificou os braços de muitos inocentes

Na suspeita, os fatos vem antes das provas. Na suspeita o que vale é a presunção da culpa. Imagine o que a suspeita é capaz de fazer no campo do ciúme, da inveja, do orgulho, ou das acusações!

Conta-se que certo dia um lenhador perdeu o seu machado e passou a desconfiar que um jovem que morava nas redondezas o tinha roubado.

A partir daquele momento toda vez que olhava para o rapaz confirmava a suspeita do roubo. Pelo andar amalandrado, pelo olhar desviado, pelo sorriso zombeteiro, pelo seu jeito de ser, farseiro e ladrão.

Já não aguentava conviver com tantos fatos demonstrativos da autoria criminosa. Tinha alcançado um suposto juízo de certeza da culpa do moço.

Passados algum dias, o lenhador, cuidando de seu jardim, encontrou o seu machado, e se lembrou que o tinha deixado ali mesmo.

No outro dia, ao ver o menino, não percebeu nada de anormal. Era sempre o mesmo garoto, andar gracioso, olhar gentil, sorriso bonito, seu jeito era o de sempre, alegre e confiável, de família boa.

Aconteceu comigo também uma história parecida. Um eletricista foi até a minha casa para fazer alguns serviços, e neste mesmo dia eu tinha perdido a aliança de casamento. Dei uma busca geral, não encontrei, mas sabia que acharia.

Quando o eletricista foi embora começei a procurar com mais cuidado, procurei, procurei e comecei a me inquietar, porque a mulher cobrava com razão o uso da aliança. Então passei a desconfiar do eletricista. "Esse cabra achou meu meu anel e ficou pra ele".

No mesmo dia, à tarde, fui até o campo de futebol do meu bairro, e para minha surpresa vi o eletricista com meu anel no dedo, inclusive um pouco apertado. O jeito dele andar, a conversa desconfiada faziam aumentar minhas suspeitas. "Agora sei qual foi o momento em que ele achou o anel, por isso ele queria ir embora logo. Agora entendo porque ele fez o trabalho por um preço tão baixo."

Mas o que fazer? Não é da minha índole abordar ninguém para acusar dessa maneira, mas estava tomado pela revolta.Fui para casa indignado, já disposto a comprar outro anel para não ter confusão, nem falsas acusações ou constragimentos. Para mim ele era culpado e os fatos já tinham comprovado isso.

Resolvi no outro dia fazer as últimas buscas, e para minha supresa achei o anel dentro da fronha de um travesseiro. Que alívio meu Deus! Suspeitei de uma pessoa inocente! Que aprendizagem! Que lição! Que experiência!

E ontem, lendo a história do lenhador contada por Osho no livro Mente Tranquila lembrei-me o que ocorreu comigo, e que, com certeza, já ocorreu histórias semelhantes com muitas pessoas.

Muito cuidado, a suspeita já crucificou os braços de muitos inocentes. Não é o melhor caminho para a descoberta da verdade, não é o melhor caminho para a realização da justiça.

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Ser Advogado

Ser advogado é viver o direito. Viver o direito e para o direito, sempre imbuído do espírito de Justiça, sem esquecer que a Justiça é feita pelos homens, seres falíveis.

Ser advogado é trabalhar muito. Trabalho duro, a qualquer hora, mas muito honroso para quem o faz com dedicação e honestidade.

Ser advogado é necessariamente ser estudioso. Estudo que é fundamental para o desempenho digno da profissão.

Ser advogado é gostar de ler. Ler, ler muito para convencer.

Ser advogado é ter paciência. Paciência para solucionar os conflitos e alcançar a paz.

Ser advogado é ter perseverança. Perseverança para não desistir quando encontrar obstáculos, que são muitos.

Ser advogado é viver a luta pelos direitos do cliente. Luta para defender os direitos do cliente, sem descurar da ética e da moral.

Ser advogado é ser humilde. Humilde para reconhecer seus erros, bem como para aceitar e compreender os entendimentos contrários.

Ser advogado é ser destemido. Destemido para defender os interesses do cliente, enfrentando, com respeito e acatamento, os adversários e as decisões adversas, lutando sempre para vencer, como se fosse a sua última demanda.

Ser advogado é ter coragem. Coragem para enfrentar as dificuldades e os problemas do dia-a-dia.

Ser advogado é saber sofrer derrotas. Derrotas que fazem parte da advocacia, que devem ser aceitas com naturalidade, sem, contudo, se acovardar ou desistir, pois aceitar a derrota não significa ser derrotado, mas sim respeitar o que não lhe é favorável, buscando, dentro dos procedimentos legais, reverter à situação, quando possível, e sobretudo fazer da derrota verdadeiro aprendizado.

Ser advogado é ter criatividade. Criatividade para buscar a solução para o problema do cliente, que nem sempre é através de ação judicial, bastando, muitas vezes, uma boa conversa.

Ser advogado é ser sincero. Sincero para dizer ao cliente que a causa é difícil, explicando de forma clara os riscos da demanda, não causando falsas expectativas naqueles que lhe confiaram a causa.

Ser advogado é saber ouvir. Ouvir não somente os mais velhos, mas também os mais novos, bem como o cliente, o adversário, o juiz e todos aqueles que trabalham com o direito, para assim adquirir experiência e confrontar idéias, defendendo melhor os interesses do cliente.

Ser advogado é lutar por um ideal. Ideal de Justiça e Paz, porquanto a paz é o desiderato último do Direito e da própria Justiça.Ser advogado é, além disso tudo, buscar a paz social, pacificando os conflitos de interesse. Paz, sem a qual a sociedade não sobrevive, fim último da Justiça e do Direito, que buscam a convivência harmônica e pacífica dos homens.

André Luiz da Silva Trombim -Advogado em Criciúma/SCBacharel em Direito pela Universidade Luterana do Brasil – Ulbra de Torres/RSEspecialista em Direito Processual Civil pelo Instituto de Ciências Jurídicas – Incijur de Joinville/SCCursando MBA em Direito Civil e Processo Civil pela Fundação Getúlio Vargas – FGV de Florianópolis/SC

O advogado é um lutador

"O advogado é um lutador incessante contra a habilidade ou solércia do adversário; contra a ingratidão ou o esquecimento do cliente; contra a deslealdade, o ciúme, ou a impolidez dos colegas mal-educados; contra a incompetência, a desídia, a teimosia e até, muitas vezes a inveja dos maus juízes".

Cesar Asfor Rocha - Presidente do Superior Tribunal de Justiça

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Entre o rigor e a lei

"Justiça excessiva não é senão injustiça". Cícero

Quando vejo um magistrado afirmar que "o caso deve ser tratado com rigor", não importa contra quem, já não o vejo mais na condição de juiz, e sim, na condição de um carrasco.

Os antigos romanos já ensinavam "Suma justiça, suma injustiça". Summum jus, summa injuria.

Quem perde o equilíbrio, perde a serenidade, perde a imparcialidade, enfraquece a toga, vira um político querendo satisfazer os apetites do populacho.

Por esses dias o ministro Joaquim Barbosa afirmou que determinado caso sob a judicatura do STF deveria ser tratado com rigor.

O ministro Marco Aurélio rebateu: "o caso deve ser tratado conforme a lei".

Há muitas diferenças nas expressões e nas intenções. No rigor está a justiça somente da espada, se esqueçe a balança, a lei, o direito, a justiça.

"Vamos enquadrar fulano nos rigores da lei". Com certeza isso não faz parte do verdadeiro direito, mas das novelas que criam jargões humorísticos, que servem para divertir o povo nas horas de folga, mas que não servem para iluminar as sentenças dos juízes no Templo da Justiça.

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Um juiz com luz

Conta Piero Calamandrei, renomado advogado italiano, que durante o tenebroso período fascista na Itália, certo governante local mandou uma carta ao juiz da cidade determinando que este mandasse prender todos os insubordinados que se recusassem a servir o exército de Mussolini.

E disse na carta: "Minhas ordens não se discutem. Sou o representante do governo e tenho plenos direitos. Estamos em fase de revolução, e muito aguda. Considerarei sua recusa como ato de contra-revolução e sabotagem e tomarei todas as providências, inclusive contra o senhor, se não executar minhas ordens. Pode estar certo disso".

E o jovem juiz, respondeu assim: "Sinto muito em não poder garantir-lhe o que me requereu. Emprestar os cárceres judiciários para a detenção de inocentes é contrário a lei e ao costume italiano. Desde que sirvo o Estado na administração da justiça, nunca fiz nada de contrário à minha consciência. Deus é testemunha de que não há jactância em minhas palavras. Eu não atenderei suas ordens."

Ensina o grande advogado Calamandrei que o pior vício de um juiz é o conformismo covarde, esse lento esgotamento da consciência, essa preguiça moral que prefere a solução mais acomodadora do que a solução mais justa. Esse tipo de magistrado não tem luz.

O ato do jovem juiz que enfrentou o fascismo é digno de registro nas páginas imortais da história da justiça e exemplo vivo da força que emana das consciências reluzentes.

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

A (in) consciência jurídica

As pessoas, em geral, são mais receptivas à acusação do que à defesa.

Se você acusa alguém pela imprensa quase a totalidade das pessoas acreditam. Mas se essa pessoa se defende, quase ninguém dá ouvidos a ela. No primeiro caso não se precisa de provas, no segundo, se exige todos os tipos de provas para se demonstrar a inocência, e no mais das vezes isso não basta.

Antijuridicamente chamamos isso de presunção de culpa, ao invés de considerarmos que todos são inocentes antes do transito em julgado de sentença penal condenatória, nos termos da Constituição Federal.

Psicologicamente, e embora seja um aparente paradoxo, aceitamos uma acusação mais facilmente porque no fundo sabemos que somos criminosos, perversos, malvados, e se fulano é acusado daquilo é porque fez mesmo, e se está se defendendo, suas palavras são mentirosas. Ou seja, eu sou ele revelado, mas não sou eu ainda, é ele, porque eu não fui descoberto... e que bom que foi ele... esse bandido sem-vergonha, ladrão, estuprador, corrupto, pelo menos sou melhor do que ele.

Não basta, portanto, que a lei presuma a inocência de uma pessoa acusada.

Se a sociedade for incivilizada, se o juiz for incivilizado, se o indivíduo for incivilizado, continuaremos a amargar as consequências funestas desse grau civilizatório.

Quanto mais civilizada, quanto mais educada, quanto mais verdadeiramente moralizada, e espiritualmente evoluída, mais a pessoa dá menos ouvidos as espetaculosidades das acusações, ponderando-a, e analisando-a, e examinando-a, a partir de valores universais.

O grau de civilização de uma sociedade é medido na forma como ela recebe uma acusação, se o que vale é a presunção de culpa ou se a presunção de inocência.

Lendo o livro o Processo do Dr. Jaccoud, de Carlos Lacerda, julgamento ocorrido na Suiça nos idos da década de 60, onde um famoso advogado foi acusado do assassinado de sua amante, pude perceber na leitura a discrição e até mesmo o acanhamento dos jornais e das pessoas em comentar o assunto, não por medo, mas por não sabe se o acusado era mesmo o autor do crime como dizia a denúncia ministerial.

Deixo a reflexão:

Quanto mais inteligente é uma pessoa, mais consciência jurídica ela tem, mais registrado fica, em seu espírito, o respeito ao princípio da presunção de inocência. Se ele aje diferente é porque não é portador, no fundo, da verdadeira inteligência que move os homens de bem.

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

O destino segundo o filósofo

"Você não é programado. Não existe destino - isso é invenção dos covardes, é invenção de pessoas que não querem fazer nada na vida, que são tão preguiçosas, tão covardes que não querem correr riscos.

Eles jogam toda a responsabilidade em Deus. Chamam isso de destino, carma, sina e milhares de nome, mas tudo é basicamente um truque para evitar o fato de que "minha vida é minha responsabilidade. O que sou fui eu que criei, e o que serei amanhã estou criando hoje.

É do hoje que serão feito muitos amanhãs. E se você estiver alerta um pequeno toque pode mudar toda a história.

Somos absolutamente responsável por aquilo que somos. Essa é a primeira coisa a aceitar. No começo incomoda, porque o ego se sente gravemente ferido: "Será minha responsabilidade? Então fui eu que criei toda essa confusão, todo esse caos que eu sou?" Fere o ego, mas se compreender isso pode ser o começo de uma nova vida".

As palavras acima são do filósofo e místico indiano Osho.

O destino nós fazemos diariamente, só assim podemos entender e empregar a palavra destino.

O futuro é consequência do que fomos e do que somos. Vale sempre a lei do plantou colheu. Mas esse destino, se assim gostamos de chamar, não está traçado por Deus, que nos deu a liberdade de escolha, de fazermos nossa vida da maneira que queremos, nisso reside a grandeza da vida, sermos autocriadores com o próprio criador.

Não fujamos da nossa responsabilidade mesmo que isso nos cause dor, desespero, desilusão. é preciso coragem. Tudo passa e no momento certo o mar se acalma e as águas serenam. Isso é maturidade, isso é consciência. Mas tudo a seu tempo.

O livre arbítrio é da natureza da própria criação. Mas a lei da colheita também. E tudo tem seu tempo também é inerente a vida.

Assim eu penso, e atende a minha compreensão, mas tenho consciência que outros já pensam diferente e atende a compreenssão deles. A vida com todas a divergências e com todas diferenças se torna mais rica, mais dialética, mais bela, mais extasiante.

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Carta dos Criminalistas/2009

Confira o inteiro teor da carta dos criminalistas/2009, elaborada entre os dias 22, 23, 24 de outubro em Aracaju- Sergipe. http://abrac.adv.br

Vale a pena examinar os pontos abordados no documento, para melhor balizarmos nossa atuação profissional.

Os criminalistas defendem que só um Estado Democrático de Direito pode conciliar as exigências da segurança pública com as salvaguardas dos direitos individuais.

Na carta os criminalistas reafirmam a importância social da advocacia e conclamam os advogados a lutarem com destemor em defesa da legalidade.

Dentre outros pontos importantes a carta destaca que a manutenção da lei e da ordem no nosso país deve ser dar sob o manto da primazia constitucional.

E bradam de mãos dadas:

"Em nome do direito de defesa do cidadão e do estado democrático de direito queremos o Brasil que a Constituição Federal prometeu".

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Um juiz de verdade

Li, com intenso prazer, o livro Cartas a um jovem juiz: cada processo hospeda uma vida, escrito pelo Presidente atual do Superior Tribunal de Justiça, Cesar Asfor Rocha.

Homem imbuído dos mais altos ideais de justiça, de plano rechaça a máxima maquiavélica no Templo de Thêmis:

"É importante e necessário que os fins da jurisdição sejam atingidos, mas não por meios escusos ou condenáveis pela moral, porque isso seria a contrafação da jurisdição, talvez igual a aceitação da tortura para obter a confissão do acusado".

Todos juízes, dos mais novos ao mais experientes deveriam ler estas cartas, que sem dúvida se tornarão clássicas no meio forense.

São livros como esses que renovam minha fé na justiça e energiza minha atuação profissional.

Ao aconselhar os juízes, Cesar Asfor Rocha aconselha também os advogados, que como bem disse são os juízes dos juízes.

Gosto de aprender o direito a partir da experiência, não sendo muito afeito as leituras cansativas de tratados acadêmicos, de erudição oca ou de gongorismo estéril.

Cesar Asfor Rocha, além de reconhecido intelectual é um homem de saber de experiência feito. Advogou mais de 20 anos antes de ingressar no STJ pelo quinto constitucional. E hoje é um dos magistrados mais respeitados do pais.

O livro foi carinhosamente lido, grifado, feito os apontamentos para serem usados na hora certa, tanto no júri como noutras tribunas, pois é a voz de uma autoridade que merece todo o nosso respeito e acatamento.

Uma das qualidades do magistrado, segundo o autor é a temperança, qualidade que torna o homem moderado, sereno, capaz de agir com sobriedade e parcimônia sobre a conduta dos outros homens, seus direitos e interesses.

Ensina também que "ignorar que o processo esconde a vida de seres humanos é o mesmo que tratá-los como meros números indiferentes e reduzir a função julgadora a algo sobremodo banal."

Como disse, o livro é rico, e não vou entregar de bandeja neste texto tudo o que de bom ele contem.

Ao final da obra ele exorta com firmeza a magistratura nacional:

"Não queira ser o vingador da sociedade nem seu carrasco, não se vincule ao papel de investigador nem de acusador, embora o sistema apareça atribuir-lhe tal função, essa é uma ilusão de ótica jurídica.

A justiça não se afoba, não se enfurece, não se regozija com a sanção, não se alegra com a perseguição nem se ufana de seu poder; ao contrário, é prudente, compreensiva, atenta e criteriosa. Nunca se jacte, meu amigo, do poder de condenar, nunca se alegre seu coração com o rigor de sua sentença nem pense que sua decisão é a certa, a perfeita ou a única possível".

E conclui:

"Está em sua mãos o poder - este sim - de fazer o mundo melhor, mais cerimonioso com a condição humana e muito mais feliz".

Eis uma excelente dica de leitura para os corações comprometidos com a grande causa da justiça.

Um símbolo de coragem

1989, Praça da Paz Celestial, China.

Garganta oprimida.

Um homem.

A resposta.

A grandeza da coragem.

Um símbolo.

Imorredouro.

De luz.

De poesia.

De beleza.

Um quadro na parede a parar um exército.

A lembrar.

Um dos 100 personagem mais influentes do século XX.

O homem é um céu sem limites.

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

A palavra é a alma

Do livro As Palavras Andantes, de Eduardo Galeano:

"Em guarani ñé significa palavra e também significa alma.

Creem os índios guaranis que os que mentem a palavra, ou a dilapidam, são traidores da alma".

A palavra revela a personalidade de uma pessoa e sua essência mais íntima, que nós chamamos pelo nome de espírito.

Sócrates já dizia: "Fala para que eu te conheça".

Na medida que vamos burilando nosso espírito vamos tendo mais consciência da força das nossas palavras, e por consequência, vigiamos melhor a saída de palavras malditas vindas da nossa boca. O contrário também acontece, pois quando melhoramos a forma de nos comunicarmos aperfeiçoamos nossa alma e damos passo importante na escalada da evolução.

Por isso diz o poeta que quem mente está traindo a própria alma, pois bem lá no centro do nosso ser só existe verdade, a consciência universal, que é o próprio Deus fazendo morada em cada ser que habita a terra.

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Diferença entre eloqüência e eloquência

Com a reforma ortográfica, o trema já é coisa do passado.

Mas não na palavra eloqüência, pelo menos quando nos referimos à verdadeira eloqüência.

Ela tem trema tanto na fala quando na escrita. O trema dá uma beleza natural e inexplicavél a esta palavra. Sem trema ela perde o vigor, o brilho, a força, a importância, o poder.

Adaptei-me em grande medida a todas as palavras que sofreram modificações com a reforma ortográfica, até mesmo com o acriano, tão combatido; mas com a palavra eloqüência continuarei usando-a à moda antiga, e à moda dos antigos. Não vou fazer vestibular, não vou prestar concurso, não vou disputar nenhuma vaga na Academia Acriana de Letras ou coisas parecidas.

Eloqüência é diferente de eloquência. Uma pessoa pode até ser eloquente, mas não é eloqüente.

A eloqüência é dom, é dádiva da natureza, é a própria estética da vida que se manifesta na comunicação humana. Já a eloquência é artificial, treinada em laboratório, uma flor de plástico.

Essa diferença é real, mas só se percebe pela sensibilidade, pelos olhos da intuição, pelo coração, que é por onde nascem e jorram as palavras da ciência do bendizer.

A eloqüência faz tremer, e quando treme se faz temida. A mentira a teme, a injustiça a teme, o arbítrio a teme, o mal se curva.

Trema de medo ou de encanto, porque a eloqüência quando fala, é como o Uirapurú das nossas matas, todos ficam mudos ao seu cantar.

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Estátua da Eloqüência

Fiquei, por algumas razões, um pouco confuso ao saber que a imagem ao lado é da Estátua da Eloqüência, localizada em Coimbra, Portugal. Primeiro, por encontra-se sentada, quando de pé, em tese, é a postura ideal de quem pretende convencer alguém; segundo, por não ter a outra mão livre para auxiliar na argumentação; terceiro, pela aparente falta de vigor com que gesticula e fala.

No entanto, ao analisar mais conscientemente a representação, lembrei-me que o Sermão da Montanha foi feito sentado.

Ao examinar com mais atenção a representação, recordei-me que era sentado que Buda proferia seus ensinamentos.

Era assim também que o Rei Salomão ensinava na Corte, transmitindo sua Sabedoria com suavidade.

Ao olhar mais detidamente a representação, lembrei-me que Osho falava sentado quando se dirigia a seus discípulos.

É assim também que uma mãe aconselha um filho, com doçura, com bondade, com amor, com verdade nas palavras, que brotam do coração.

Compreendi que a Eloqüência, depois de estudar melhor a representação acima, não precisa de gestos tresloucados, nem mesmo precisa ficar de pé para falar, gritar, ou mesmo fazer cara feia para orientar, encaminhar, clarear, persuadir, convencer.

Podemos perceber, na imagem acima, que a Eloqüência traz a cabeça coroada de louros, simbolizando a vitória, a força, o brilho, o encantamento das palavras abençoadas.

Toda a força das palavras da Eloqüência vem pela verdade do é dito, pela maravilha das palavras transmitidas, como a paz do sereno da madrugada, que rega e que nutre, que sacia e que acalma, que desperta e que renova, o espírito de todos que a escutam, e aí já não importa se elas são ditas de pé ou sentado, com uma ou duas mãos auxiliando na gesticulação, isso já não importa, porque quando a Eloqüência fala só a comprendem aqueles que sabem também ouvir com o coração.

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

O inocente protesta

Defendia certo cidadão no Tribunal do Júri quando em determinado momento, na minha mente, duvidei por demais da sua inocência, mais do que o razoável para o exercício ético da profissão.

Pedi ao juiz suspensão dos trabalhos e chamei o acusado para um particular.

Falei de determinadas provas que apontavam a autoria para ele, e que já seria muito difícil sustentar a tese prevista.

Meu amigo...! Este homem ficou uma fera, indignado com a minha insinuação. Virou a cara e transtornado saiu de perto de mim. Só mais tarde foi acalmado pela família.

De volta ao Tribunal do Júri, durante duas horas, falei com firmeza, o que me fez navegar pelos mares da história e da filosofia defendendo a inocência do acusado, com exemplos, com frases de efeito, sob o domínio do fogo convicção, ali já não era mais eu, era a defesa falando, essa energia que pulsa da natureza, e o Júri por 6x1 acatou o pedido da defesa.

Precisava eu ter agido da maneira que agi para senti melhor a verdade do acusado, colocar a versão dele em dúvida, para ver como seria sua reação.

E nós, advogados, já peritos na psicologia dos acusados, sabemos como eles se defendem.

O inocente, como regra, não se deixa imolar, ele protesta, grita, afronta, se rebela. E assim o homem fez, ajudando a formar a convicção do próprio advogado, e contribuindo para a vitória da realeza justiça.

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Que nível?

Lendo o bom livro Você Pode Falar Melhor, do Pastor Evangélico Noélio Duarte, deparei-me com uma passagem que bem reflete a realidade atual, e aponta para a importância do falar bem como instrumento de realização pessoal e profissional.

Conta o pastor que certa vez abriu o jornal de domingo, no caderno de classificados e na seção de empregos viu muitas, dezenas, centenas, milhares de ofertas.

No domingo seguinte viu publicado os mesmos anúncios. Ficou inconformado porque eram bons empregos, com benefícios e salários altos.

Curioso com aquela situação pegou o telefone, ligou para o lugar e perguntou a atendente se a vaga tinha sido preenchida. A resposta foi não. Perguntou o por quê. A voz suave respondeu: "O nível da maioria é muito fraco".

Diz que retrucou: "Que nível? Social? Cultural? Econômico? Que nível?"

Aquela voz novamente o respondeu: "O nível de comunicação. É muito baixo, é muito pobre".

Ensina, o Pastor, que pelo nosso modo de falar, somos rotulados de simpáticos ou antipáticos, passivos ou ativos, inteligentes ou bloqueados, estúpidos ou tranquilos, claros ou confusos, emotivos ou racionais.

Lembro-me de uma frase de Sócrates que bem fortalece o que disse o Pastor: "Fala para que eu te conheça".

Em qualquer profissão, em todas as situações da vida precisamos saber nos comunicar. A vida é comunicação. E hoje já está mais do que provado que o nível de comunicação de uma pessoa catapulta ou sepulta os sonhos que ela embala.

Vivemos numa época em que o falar bem vem ganhando grande importância e as pessoas que são sensíveis aos sinais dos tempos procuram aperfeiçoar sua comunicação, esse dom que Deus nos deu para participarmos da obra da evolução.

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Sócrates no Tribunal

Lendo o livro Intuição: O Saber Além da Lógica, de Osho, deparei-me com uma reflexão que muito interessa aos cultores do direito.

Osho fala que existem dois níveis de consciência: aquele onde a força é quem diz o que é o certo, e aqueloutro, onde o certo é quem diz o que tem força.

Podemos entender um como o direito da força, e o outro, como a força do direito.

A força diz o que é certo por meio da violência, da ameaça, da guerra.

O certo diz o que tem força pela inteligência, pela lógica, pela ciência, pela razão, pela argumentação.

Esses dois níveis de consciência debateram-se no julgamento do filósofo Sócrates.

Sócrates perguntou ao Tribunal:

"Quais são os meu crimes?"

O Tribunal respondeu:

"Corromper a mente da juventude".

Sócrates redarguiu:

"Mais isso não é crime. O que vocês chamam de corrupção eu chamo de consciência, de criação. Vocês é que enganam e corrompem os jovens mantendo-os nas na escuridão da ignorância."

O debate continuou por vários dias. No que diz respeito a inteligência, um homem sozinho calou a boca de toda a medíocre sociedade ateniense da época.

Quando alguém comunicou o resultado condenatório a Sócrates, ele disse: "Votar não pode provar o que é certo e o que errado. Na verdade, a maior possibilidade é que as pessoas votem pelo que está errado, porque a maioria das pessoas ainda se encontram no plano da ignorância."

Sócrates estabeleceu o que é certo por meio da inteligência, da razão, da lógica, da argumentação. E foi vitorioso mesmo, na condenação. Sua luz ainda clareia as trevas da ignorância de nossa humanidade.

E chegará um dia que a vitória definitiva será da luz do saber, onde todas as consciências humanas terão morada na claridade do verdadeiro conhecimento universal.

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

"Não existe justiça para pobre"

A justiça só se manifesta para aqueles que creem nela.

Indignada, transtornada, chorando muito, foi assim que dias desses uma senhora apareceu no meu escritório. Dizia que seu irmão vinha sofrendo grandes injustiças. Culpava os advogados que foram pagos para defendê-lo e que traíram a causa. Falou do sofrimento da família, da depressão do pai, do definhamento da mãe, das dores que o coração suporta. Pude compreender as razões daquela alma aflita.

Em determinado momento da conversa escutei um brado de revolta: "Não existe justiça para pobre, doutor!""Todas as portas estão fechadas". E me suplicou:" Nos ajude doutor, nos ajude doutor. Pelo menos diga por onde começarmos".

Parei um pouco, pensei, deixei suas palavras esfriarem e depois aconselhei:"Comece acreditando mais na justiça. Se a justiça não existe para pobre é porque a senhora está sentenciando, dizendo, afirmando isso. Sou advogado e posso lhe assegurar que a justiça existe para todos. Basta sabermos olhar, buscar, procurar, lutarmos com confiança, porque a justiça vem de Deus, e Deus é sempre justo. E a justiça só se manifesta para aqueles que creem nela. Pense assim que as portas se abrirão e a senhora vai encontrar para o seu irmão a justiça que ele estiver merecendo, e tenha certeza que a encontrará."

Um silêncio se fez, uma reflexão tomava de conta da sala, ela olhou-me com olhos mais brilhantes e disse-me, emocionada: "Obrigado doutor, buscava mais força, mais ânimo para poder continuar ajudando o meu irmão, e encontrei aqui com o senhor. Vou lutar pelos direitos do meu irmão e vou conseguir, se Deus quiser."

A negatividade que tomava de conta daquela mulher foi substituída por uma firme energia positiva, e tenho certeza que não vai custar muito para que ela se veja dando glórias a Deus pela justiça encontrada.

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Pena de "degrado"

"Eis aí, pois, o que é justo: o proporcional; e o injusto é o que viola a proporção".(Aristóteles)

Entre outras promessas não implementadas ou mentiras oficiais, nossa Constituição Federal veda as penas de morte, perpétuas, trabalhos forçados, de banimento e de caráter cruel no seu artigo 5.º, inc. XLVII. No inciso XLIX, do mesmo artigo, enuncia: "é assegurado aos presos o respeito à integridade física e moral" (esqueceram comunicar para os diretores de presídios?).

O Estado tem se preocupado o quanto pode e se apresenta severíssimo com os que violam as normas penais. Nossos juízes valoram com suas pesadas canetas as condutas dos que cometeram crimes. Ninguém se preocupa com os crimes que cometemos contra eles nos processos de execuções de penas. As tentativas de ressocialização são tíbias e esbarram em severas limitações orçamentárias. Assumimos a pobreza completa de viver em uma era em que "a mãe de todas as ciências" não é mais a filosofia e sim a economia. Por conta disto e do falso discurso da "reserva do possível", não proporcionamos sequer um lugar adequado para o interno dormir ou mesmo ficar em pé, uma torneira ou um banheiro onde pudesse se olhar em um espelho. Seus familiares são submetidos a revistas das mais vexatórias e não contam com qualquer acompanhamento especializado eficiente.

Nossa Constituição invoca a proteção de Deus em seu preâmbulo, para um povo de maioria cristã e toda a maravilha desse ensinamento religioso pode ser resumida em uma frase: "não vim chamar os justos, mas os pecadores ao arrependimento..." Inadmissível o deprimente quadro atual. Quem disse que cadeia boa é aquela que mata ou faz sofrer o apenado ao máximo da suportabilidade humana? É uma contradição tamanha que caso um interno perguntasse: "estou arrependido e agora, como fazer para me penitenciar? Quem me ensina? Quem me avalia? Em que portas devo entrar e em que condições devo sair? fazer o que aqui dentro e fazer o que lá fora? Ninguém teria respostas! Para o nosso sistema, não basta aprisionar! Indaga em sua tese de doutorado o Colega Eliel V. Karkles: "desde quando o desvio de conduta se encerra cronologicamente pura e simplesmente?" Em seu estudo junto a Penitenciária Lemos Brito, aponta situações de vulnerabilidade inclusive da família do apenado, sendo esta a base que da sustentabilidade ao interno durante e após o cumprimento da pena.

Conhecíamos a antiga pena de degredo ou de expulsão de alguém da sua terra natal. Agora o Brasil "contribui" para o altar da ciência do direito com a pena de "degrado" onde os juízes, por falta de opções, já que manter presídios dentro da legalidade é encargo do Executivo, determinam e velam para que se cumpra, em verdade, uma ordem de degradação humana. Espécie de morte lenta por degradação física e moral, onde os eventuais sobreviventes voltarão um dia para o convívio social com altíssimas probabilidades de compor cifras negras cada vez mais alarmantes de reincidência. Assim, hipocritamente, devolvemos os degradados para a sociedade, como se disséssemos: Que o "deus mercado" os proteja...

Elias Mattar Assad é ex-presidente da Associação Brasileira dos Advogados Criminalistas.eliasmattarassad@yahoo.com.br

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Os sete hábitos do advogado bem-sucedido

"Não existe atalho algum para o desenvolvimento. A lei da colheita nos governa. Sempre colhemos o que semeamos - nem mais, nem menos".

É isso que afirma o autor Stephen Covey do livro Os Sete Hábitos das Pessoas Muito Eficazes. Ele defende que os modelos mentais são as lentes através das quais vemos o mundo, o que determina o nosso modo de pensar e de agir. Isso quer dizer que enxergamos o mundo não exatamente como ele é, mas como nós estamos condicionados a vê-lo.

A experiência do referido autor com treinamento de executivos em cem das quinhentas maiores empresas listadas pela revista Fortune, permitiu-lhe demonstrar que sete hábitos distinguem as pessoas bem sucedidas: a conduta pró-ativa, o estabelecimento de objetivos, a capacidade de priorização, a postura ganha-ganha, a atitude de primeiro compreender e depois buscar ser compreendido, a sinergia e a renovação.

Tais hábitos valem para todo e qualquer ser humano que pretenda desenvolver sua vida sob o manto da eficácia. E, se nós somos as criaturas do hábito, consequentemente, serão eles que irão definir quem nós somos.

Nido Qubein, consultor internacional, costuma afirmar que "bons hábitos são de difícil desenvolvimento, mas de fácil convivência; maus hábitos são de fácil desenvolvimento, mas de difícil convivência". Pense no hábito da leitura, no hábito de construir e desenvolver relacionamentos, no hábito de chegar atrasado aos compromissos, no hábito da organização pessoal, etc.

No caso da Advocacia, da mesma forma, são os nossos hábitos como profissionais do Direito que irão definir o futuro de nossas carreiras. E pensando em quais hábitos teriam o condão de fazer um advogado ser bem sucedido ou não, sugerimos os seguintes:

1. Leia pelo menos uma hora por dia. Leia de tudo, não apenas textos jurídicos. Amplie o seu conhecimento sobre o mundo, amplie sua cultura geral, conheça mais sobre os negócios dos seus clientes. Leia no trânsito (se não estiver dirigindo, claro), no avião, na sala de espera do médico. Leia sobre assuntos que sejam inspiradores.

2. Seu sucesso depende de suas escolhas. Isso não tem nada a ver com as circunstâncias em que você se encontra, mas com relação aos "nãos" que você diz ao longo da vida. Escolha bem o seu sócio, os seus advogados associados, os seus estagiários, a sua secretária, a área do Direito em que você vai atuar, os seus investimentos, o perfil dos seus clientes. E lembre-se: existem escolhas que nos acompanham pelo resto de nossas vidas. É preciso ter coragem para tomar os melhores caminhos.

3. Fale com as pessoas. Separe um tempo, todos os dias, para ligar para 4 pessoas (clientes, colegas, parceiros, amigos, etc.). Isso significa 20 pessoas por semana, 1.000 pessoas no ano. Não importa a razão do seu contato, ligue apenas para perguntar se estão bem, se os negócios vão bem, se a família vai bem. Sabiamente, já diziam os mais antigos: "quem não é visto, não é lembrado".

4. Seja organizado. Mantenha sua mesa de trabalho limpa. Todos os dias. Não saia do escritório sem deixá-la organizada para o dia seguinte. Habitue-se a só conseguir trabalhar se tudo estiver impecavelmente no lugar. Nada de montanhas de papel na sua frente!

5. Construa sua reputação. Se alguém perguntar sobre você para algum de seus clientes, o que ele falaria? Será que na sua frente ele diria uma coisa, e na sua ausência outra? Ser ético é um hábito; ser honesto é um hábito; ser sincero é um hábito; ser justo é um hábito. Se nos acostumamos a agir sabendo que qualquer deslize pode por fim a uma reputação ilibada, seguramente trataremos de construir a nossa com muito cuidado e zelo.

6. Aprenda. Todos os dias, antes de dormir, pergunte a si mesmo: "o que eu aprendi hoje?". Experimente aprender algo novo todos os dias. Quanto mais você sabe, mais você será capaz de aplicar seus conhecimentos no seu dia-a-dia. Aprenda uma nova função do seu editor de texto, aprenda uma nova língua, aprenda a tocar um instrumento, aprenda uma forma nova de gerenciar seu escritório.

7. Ensine. Use todo o seu conhecimento, armazenado e construído por anos a fio para transformar as vidas dos profissionais que o cercam. Compartilhe com a sua equipe a sua visão sobre a advocacia, sobre aquela tese de Direito Tributário que você tanto estudou, sobre como se preparar para uma sustentação oral, sobre como tratar o cliente.

Ser um advogado bem-sucedido, ao contrário do que muitos possam pensar, está muito distante do imediatismo ou do "lance de sorte" que faz trazer para o escritório o patrocínio "daquele" inventário, "daqueles" honorários de sucumbência e "daquele" contrato, cujas cifras sejam milionárias.

Ser um advogado bem-sucedido é fazer com que as oportunidades permitam que tudo isso aconteça, mas, que por trás das cifras milionárias, o cliente possa encontrar um profissional que, antes de tudo e durante todo o curso de sua carreira, tem por hábito preocupar-se com o seu autodesenvolvimento e de sua equipe, que tem por hábito pautar sua conduta nos princípios fundamentais da saudável convivência humana.

Assim, é preciso rever os hábitos de hoje, pois, sem dúvida alguma, essa é a matéria-prima do seu destino... Do seu futuro.

* Lara Selem é advogada e consultora em Gestão de Serviços Jurídicos. Executive MBA pela Baldwin Wallace College (EUA), especialista em Gestão de Serviços Jurídicos pela FGV-EDESP (SP). Autora dos livros "Estratégia na Advocacia" (Ed. Juruá, 2003), "Gestão Judiciária Estratégica" (ESMARN, 2004), "A Reinvenção da Advocacia" (Forense/Fundo de Cultura, no prelo).

terça-feira, 29 de setembro de 2009

O poder da convicção na oratória forense

Não ter convicção é como ser um cego, numa noite escura, numa casa sem luz, procurando um gato preto, que não existe.

Os advogados experientes sempre nos ensinam que na oratória só se convence se estivermos convencidos.

Enquanto você não passar por essa experiência não poderá sentir toda a verdade que há nesta lição, e todo o seu valor.

Tempos atrás, ao chegar na Câmara Criminal para sustentar oralmente um recurso, deparei-me, ao revisar o meu arrazoado, com a falta de convicção para defendê-lo. Faltou chão para os meus pés, força para minha voz, agilidade para a minha mente, autoridade para os meus gestos. Olhava de um lado para o outro como se estivesse com medo de alguém, perdido, sem saída.

O que fazer?

Sustentar de maneira vazia e sem brilho a defesa, perdendo inclusive a credibilidade diante dos julgadores, ou abster-me de fazê-la traindo o patrocínio da causa?

Pedi ajuda de Deus, o que aconselha Santo Ivo, principalmente nestas circunstâncias, de impasse, de encruzilhada.

E encontrei uma rápida solução. A voz da consciência me falou:

"Não sustente. Você já fez o que pode. O apelante já tem tempo para sair da cadeia por outros meios, peça o semiaberto para ele, e largue esse recurso, sua credibilidade é o seu poder de advogado, não perca esse tesouro".

Quando o desembargador relator me passou a palavra, assim iniciei e assim finalizei: "Excelentíssimos Senhores Desembargadores, ouço com respeito os votos de vossas excelências".

Como previsto, o recurso foi negado à unanimidade. Entrei com o pedido de semiaberto para o meu constituinte, que hoje é um homem livre e próspero, pai de família, gente boa, e um admirador de meu trabalho.

Depois desta situação nunca mais interpus um recurso que não tivesse a condição de sustentá-lo com autoridade moral e jurídica. E isso vale para todas as causas que defendo.

Aprendi, com a experiência, na prática, uma das mais importantes lições de oratória, que quem bem entender não irá esquecer nunca: para convencer você tem que estar convencido.

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

A beleza da coragem de um verdadeiro advogado

Um dos ídolos da advocacia criminal, Malesherbes, viveu na França revolucionária do final do século XVIII.

Período de ouro da advocacia, onde despontou os mais belos advogados da história: Gambetta, Lachaud, Malesherbes, Romain de Sèze, Labori, Henri Robert, Frederic Lenté, Berreyer, Chaveau Lagarde, Moro Giaferri, Victor Hugo, etc.

Na defesa do Rei Luis XVI, bradou, Malesherbes, diante de um Tribunal preparado para mandar o réu e seu o advogado para a guilhotina.

"Trago a este Tribunal a verdade e a minha cabeça, podem dispor da minha cabeça mas terão que ouvir primeiramente a verdade".

Malesherbes perdeu a cabeça, mas disse sua verdade. Dele escreveu Henri Robert: "Ele foi o corajoso defensor da justiça oprimida pelo poder, o defensor dos humildes contra a arbitrariedade dos poderosos".

Eis toda a grandeza, todo o heroísmo, toda a beleza que existe na coragem de um verdadeiro advogado.

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Reinserção social dos apenados

No dia 26 de setembro a Ordem dos Advogados do Brasil, Seção de São Paulo, estará promovendo o Congresso: "25 Anos da Lei de Execução Penal e o Processo Penal". O evento será aberto pelo Presidente Dr. Luiz Flávio Borges D'Urso, com os seguintes temas e expositores: "O Processo de Execução Penal" (Dr. Antônio Scarance Fernandes); "Prisão Processual e Execução Penal" (Dr. Vicente Greco Filho); "Regime Disciplinar Diferenciado" (Dr. Edson Luz Knippel); "A problemática do Crescimento da População Carcerária do Brasil" (Dr. Emanuel Messias Oliveira Cacho); "A Execução Penal e os Direitos Humanos" (Dr. Mário de Oliveira Filho); "Internacionalização do Direito e a Execução Penal" (Dr. Luiz Flávio Gomes).

Fui honrado com o convite da OABSP para proferir palestra, nesse grandioso evento, com o tema: "O Cumprimento da Pena e a Reinserção Social". No preparo da tarefa, impossível não repetir os mesmos brados dos professores de direito dos anos setentas: "a polícia e o judiciário não funcionam como deveriam e muito menos as penitenciárias ressocializam..." No tema, lamentavelmente, o tempo passou apenas para a piora!

O juiz da execução penal em suas limitadas opções legais de ministrar o cumprimento das penas, ao vislumbrar a realidade dos ambientes carcerários, tem a exata noção dos prejuízos sociais decorrentes. Das três possibilidades, excluindo a primeira (utópica) de devolver melhores para sociedade, tanto o homem como a mulher após o cumprimento das penas, resta o devolver igual que revela inutilidade do instituto ou a catástrofe da devolução desses seres humanos em piores condições que aquelas verificadas no início do cumprimento das suas penas, que traduz não somente a falência, mas a inversão completa da "voluntas legis" que é o fabrico do indesejável em progressão geométrica. Seria comparável ao hospital que por abrigar todos os doentes, sem observância de recomendações científicas, culmina por disseminar doenças das mais graves em incontrolável efeito multiplicador. Aqui como lá, a pessoa internada, as famílias e a comunidade esperam a cura, jamais que morra ou que retorne para a sociedade como fonte viva de contágio.

Aqueles muros não podem ser tão altos a ponto de fazer supor aos internos que nem a esperança poderá transpô-los. Assim, não serão muros de estabelecimentos penais e, sim, intransponíveis sepulcros. A pena de morte, ao menos faz enterrar sem vida os executados. As nossas penas enterram seres humanos vivos nessas grandes e promíscuas tumbas coletivas que, mendazmente, denominamos estabelecimentos prisionais! Tragicomicamente, e retiramos isto do nosso anedotário constitucional, proclamamos ao mundo que somos contra a "pena de morte" e vedamos as "penas cruéis". O que significa "crueldade" ou "morte" para os nossos governantes? Portanto, não levarei ao Congresso mensagens otimistas nem falsas expectativas (cadeia não dá votos). Sentenças criminais, execuções penais e estabelecimentos prisionais revelam o grau de civilidade de um povo. Deveriam ser atos estatais de amor, de esperança e de soledariedade humana, jamais de ódio ou de covarde vingança de todos contra um. A reinserção social daqueles que cumprem penas está diretamente ligada a esta indagação: você daria emprego para alguém sabidamente provindo das penitenciárias?

Elias Mattar Assad é ex-presidente da Associação Brasileira dos Advogados Criminalistas.eliasmattarassad@yahoo.com.br

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

A opinião pública

"O fraco treme diante da opinião pública, o louco afronta-a, o sábio julga-a, o homem hábil dirige-a."

Jeanne-Marie Roland de la Platiére

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Uma lição de Allan Kardec

"Por que, neste mundo, a influência dos maus geralmente sobrepuja a dos bons?

Por fraqueza dos bons.

Os maus são intrigantes e audaciosos.

Os bons são tímidos.

Quando quiserem, os bons haverão de preponderar".

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Os apanágios do grande tribuno do júri

Para o criminalista Romualdo Sanches Calvo Filho, em seu livro Manual Prático do Júri, os jurados não vêem com bons olhos o tribuno agressivo, deselegante, sem compostura, devendo ele, por isso, afastar-se desses comportamentos, visto que esse proceder poderá fazer a diferença no momento da votação, pois os juízes leigos valorizam as atitudes e o equilíbrio emocional do orador.

E ao falar dos apanágios do grande tribuno do júri, assim nos ensina o criminalista, com base em sua larga experiência na instituição:

São apanágios do grande tribuno do júri, entre outros, a elegância, a cordialidade, a vivacidade, a eloqüência, o equilíbrio - aliás, muito equilíbrio -, fatores estes que não são incompatíveis com a pronta energia do tribuno, não havendo de se confundir humildade com submissão e pacifismo com passividade.

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

O advogado e a honestidade

Certa vez um jovem perguntou a Abraham Lincoln se era possível ser advogado e ser honesto ao mesmo tempo. Ouviu do grande advogado a seguinte resposta:

"A advocacia só tem valor se fundada na honestidade do homem de bem. Então, meu jovem, tente conciliar as duas coisas, seja advogado e seja honesto. O dia em que não conseguires conciliar ambas as coisas, deixe de ser advogado."


terça-feira, 8 de setembro de 2009

A voz de Deus na garganta do grande orador

Posso dizer que atualmente não sou trotskista. Mas na maturidade da minha juventude muito fascínio me despertou a personalidade de Leon Trotski.

Esse grande revolucionário deixou em meu espírito marcas indeléveis, tendo me influenciado, em grande medida, no meu próprio estilo de advogar.

Sempre lembro de uma de suas belas frases: " O grande orador quando fala, por sua garganta passa a voz de Deus".

Foi o grande advogado da Revolução Russa, e o seu principal operador, e o seu principal escritor, e o seu principal orador.

Foi o belo advogado, que com coragem enfrentou os inomináveis Processos de Moscou, defendendo-se com maestria, e acusando com intrepidez.

Na história política, ainda não vi exemplo maior de revolucionário, de comandante, de líder, de comunicador de massas.

Dele, assim falou Hélio Sodré, em História da Eloquência Universal:

"Ele rebentava rochas, troava, sacudia, mas não aturdia nunca a si próprio, estava sempre alerta, apreendia com seu ouvido finíssimo, todos os ecos, aparava os golpes das objeções, derrubava, às vezes, sem piedade, como um ciclone, os obstáculos que encontrava".

Antes de morrer, vítima da longa mão criminosa de Stalin, fez o seguinte pedido a sua esposa:

"Abre, por favor, minha amada, as portas deste quarto, para que eu possa ver o sol, as flores, sentir o perfume da brisa, para que eu possa ver o céu tão alto, tão azul, tão vasto, ver o brilho radiante do futuro humanidade, livre de todo mal, livre de toda a desgraça".

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

O preparo técnico no júri

"Estuda - O direito está em constante transformação. Se não o acompanhas, serás cada dia menos advogado", esse é o primeiro mandamento de nossa profissão, segundo Eduardo Couture.

E nesse caminho, em recente obra, Manual Prático do Júri, de Romualdo Sanches Calvo Filho, encontramos uma inteligente observação, já constatada por muitos, da transformação havida na forma do jurado basear o seu veredictum, no decorrer da história.

Diz o reconhecido defensor que o Conselho de Sentença de hoje não mais se impressiona apenas, como o de ontem, por discursos candentes, palavras sedutoras e inconformismos veementes, muitos, inclusive, desprovidos de conteúdos.

Romualdo Sanches Calvo Filho, que é um especialista no Júri, explica que os jurados modernos valorizam também a idoneidade do quadro probatório, articulado de maneira técnica, serena, objetiva, lógica e sem muitas firulas, levando muito em conta o conhecimento que o tribuno tem de outras disciplinas que possam fazê-los melhor compreender a tese e a antítese submetidas a eles para a valoração.

E conclui ao afirmar que não satisfeitos com tudo isso, os jurados desejam ainda que os tribunos tenham uma boa voz, um bom português, um bom gestual e uma boa aparência, tudo sem prejuízo da boa educação e do necessário controle emocional.

Trata-se de obra atual elaborada a partir do ponto de vista da defesa, e que surgiu em boa hora. Traz doutrinas bem pertinentes, jurisprudência atualizada e traz também o toque da experiência do tribuno, do homem de júri, o que torna o livro um boa referência no assunto.

É o livro que escolhi como base técnica e prática a me guiar no julgamento de Hildebrando Pascoal.

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

A jurisprudência da força

Do poeta e promotor público Juvenal Antunes, amante das noites acreanas, do início do século:

"Dos tratados, e das leis, e das ordenações, zomba a jurisprudência dos canhões".

Dos mandões.

Dos charlatões.

Zomba a jurisprudência da violência, do arbítrio.

Dos maus juízes.

Mas do filósofo Sêneca, ecoa na voz dos tempos, a inexorável sentença:

"O vexame da injustiça recairá na cabeça de quem praticou".

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Crime da Motosserra ou Caso Baiano?

O Conselho Nacional de Justiça vem recomendando com insistência que a Justiça brasileira evite usar, em suas manifestações, apelidos dados a casos criminais polêmicos por setores da Imprensa, do Ministério Público e da Polícia.

Por exemplo: Crime da Motosserra. O uso de tal epíteto já traz em si um certo julgamento antecipado, uma certa carga de parcialidade, uma certa dose de sensacionalismo ao caso.

Só para ilustrar: o laudo pericial afasta o cometimento de referido crime com o uso de uma motosserra. Esse nome foi criado, na sala de gabinete de ex adversos de Hildebrando Pascoal, baseado em depoimento de uma testemunha de aluguel, como uma espécie de marketing condenatório.

Não se compreende e não se concorda que o Tribunal de Justiça, no seu site, em notícia de hoje, use a seguinte chamada, espetaculosa e provocadora: "Júri do crime da motosserra: iniciado credenciamento da imprensa e a inscrição dos interessados em acompanhar o julgamento do crime da motossera".

De todos os demais, jornalistas, comentadores de blog, promotores, advogados, opinião pública em geral, até que se entende a parcialidade, o afloramento das paixões. Mas da Justiça se espera e se exige imparcialidade!

O Poder Judiciário não pode se colocar em situação constragendora, incentivando um debate que não é bom para instituição.

A defesa espera que a Justiça se comporte com a lisura de sempre, e tenha cuidado em suas manifestações, como de costume.

Que a Justiça acreana mostre para o Brasil, como vem fazendo, que o julgamento de Hildebrando será um julgamento jurídico... e não político.

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Singela lição para bem falar

Depois de ouvir aquele belo discurso, lógico, harmônico, de fácil entendimento, o fiel aproximou-se do orador e lhe perguntou o segredo para se pregar tão bem a palavra de Deus.

O pastor americano, atento a pergunta de seu mais novo fã, respondeu-lhe: "Primeiro digo o que vou dizer. Depois, digo. Para acabar, digo o que disse."

Ou seja, um discurso tem que ter início, meio e fim. Clareza, objetividade, concisão, coerência. Essa lição serve para todos aqueles que fazem da comunicação sua principal ferramenta de trabalho.

segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Argumentação Jurídica

Frases que garimpei do livro Argumentação Júridica: Comunicação, Oratória e Ferramenta para o Operador do Direito, de Maria do Carmo Oliveira Carrasco e Eloísa Colucci.

"Não adianta saber muito, é preciso saber transmitir".

"O advogado deve identificar o cerne da questão".

"A comunicação é o coração a bombear conhecimento de que dispomos para a nossa vida profissional".

"Ao dirigir-se ao público apresente um semblante alegre".

"O relaxamento dá mais qualidade ao som da nossa voz".

"O vocabulário ideal é aquele que se adapta ao ambiente".

"Cuidado com as palavras mas, portanto, todavia, porém, pois com elas transmitimos a sensação de negação ou desvalorização do que foi dito. Substitua a palavra mas por e".

"Evite discutir, mesmo mentalmente".

"Pronuncie as palavras com expressão de acordo com o significado delas".

"Evite palavras negativas".

"A variedade melódica da palavra decorre de seu próprio significado".

"O olhar e o sorriso são fundamentais para o advogado".

"Abra o canal da comunicação por meio do olhar".

"O sorriso cria um campo magnético ao seu redor".

"O semblante é a parte mais expressiva de todo o corpo".

"Ao falar procure olhar calmamente para todos".

"Ouvir é fisiológico, escutar e psicológico".

"Aguçe a audição".

"Uma escuta ativa aprimora não só o que você ouve, mas também o que a pessoa que fala não diz".

"Não só se ouve com os ouvidos, mas com os olhos, o corpo, a voz e a emoção."

"Discorde cortesmente".

"A naturalidade é uma das mais importantes habilidades da comunicação".

"Use o humor, mas com inteligência".

"Faça as pessoas verem, ouvirem e sentirem o que você comunica".

"A comunicação positiva atrai ouvintes receptivos".

"A naturalidade é sempre um bom guia".

"Aprenda com a prática".

"A leitura é a base da arte de escrever".

"Atenha-se ao essencial".

"O fato é concreto, a opinião é abstrata".

"A transformação é uma porta que só se abre por dentro".

"Só a verdade é um argumento de valor".