segunda-feira, 25 de maio de 2009

Banda larga mente estreita

Eis a ideia veiculada numa determinada campanha publicitária nacional, que toca numa temática bastante interessante.

Nos tempos de desenvolvimento tecnológico incessante e revolucionário; nos tempos da velocidade da informação, e da conectividade em tempo real com o mundo todo, é necessário pensar.

Pensar se tudo isso, realmente, está sendo utilizado em favor do desenvolvimento humano, ou é apenas mais uma distração criada pela alma imatura do homem terreno.

Sim, pois, se pouco ou nada nos acrescenta como Espíritos, no que diz respeito ao nosso progresso moral, ao nosso melhor comportamento, de que nos adianta?

De que nos adianta ter a facilidade no acesso à informação, se não sabemos o que fazer com ela?

De que adianta ficar sabendo de tantas e tantas coisas, se não sabemos selecionar o que eu quero e o que eu não quero para mim?

Toda banda larga é inútil, se a mente for estreita.

A mente estreita é esta que se perde em meio a tantas possibilidades, sem saber para onde ir.

Naufragam ao invés de navegarem na Web.

Gastam seu tempo querendo saber da vida dos outros, do que aconteceu aqui ou ali, inaugurando apenas uma nova forma de voyeurismo e fofoca - apenas isso.

A mente estreita lê, mas não pensa sobre o que leu, não emite opinião, apenas aceita...

A mente estreita prefere o contato virtual, dos perfis raramente sinceros, do que a conversa olho no olho, sem barreiras, sem máscaras.

A tecnologia está à nossa disposição para nos ajudar. É o conhecimento intelectual engendrando o progresso moral, propiciando o adiantamento do ser humano, e não sua destruição.

A chamada informação nunca foi tão fácil e farta, é certo, mas será ela, por si só, suficiente? O que mudou em nós, seres humanos, as agilidades tecnológicas da nova era? Tornamo-nos melhores? Mais caridosos? Mais dispostos a nos vermos todos na Terra como irmãos? Talvez para alguns sim, os de mente larga e coração amplo.

Tantas comunidades do bem na rede, tantas propostas nobres ligando pessoas em todo o mundo!
Inúmeras mensagens de consolo, de esclarecimento, diariamente cruzam os ares virtuais da internet, e levam carinho e alegria a muitos lares infelizes.

São muitos os exemplos de como os avanços intelectuais podem ser bem utilizados em favor do desenvolvimento humano.

Sejamos nós estes de mente larga, que querem e trabalham pelo bem comum, das mais diferentes formas possíveis, e que se utilizam de mais este instrumento, para viver o amor.

* * *

O Universo é a condensação do amor de Deus, e somente através do amor poderá ser sentido, enquanto pela inteligência será compreendido.

Conhecimento e sentimento unindo-se, harmonizam-se na sabedoria que é a conquista superior que o ser humano deverá alcançar.

Busquemos a plenitude intelecto-moral, conforme tão bem acentua o nobre Codificador do Espiritismo, Allan Kardec.

Redação do Momento Espírita com citações do cap. Desenvolvimento científico, do livro Dias gloriosos, do Espírito Joanna de Ângelis, psicografia do médium Divaldo Franco, ed. Leal.Em 15.05.2009

3 comentários:

Anônimo disse...

Tenho um filha com 15 anos que não tem namorado, nem paqueras, nem amigos reais. Tudo é virtual. Passa horas a fio na frente do computador. Já tentei seduzi-la pela delicia da roda de conversa com bons amigos da mesma idade, mostrar como é gostoso um abraço de alguém próximo a nós. Do que adianta tantos admiradores se na realidade a maioria ela nunca os verá pessoalmente?
Mas nada a convence. Está completamente seduzida pela vida virtual, perdendo assim o tempo raro dessa idade tão bela e que passa tão rápido.
Na vida real, podemos ser rejeitados, magoados, não compreendidos e para isso eles não estão preparados por isso preferem ficar escondidos atrás de uma tela de computador.
Tenho apenas 32 anos, fui mãe muito cedo, não recomendo. Mas ao menos vivi, minhas relações eram reais, se escrevia alguma carta ou enviava um cartão era para um amigo ou amor que estava longe, não algúem que eu já mais iria conhecer.
É estranho e extremamente dificil lidar com essa realidade.

Maria Clara

João Arthur dos Santos Silveira disse...

Também tenho uma certa dificuldade de compreender esse vício pelo que é virtual. Vivi minha adolescência da mesma forma que qualquer pessoa com o mínimo de oportunidades. Usei sim todas as ferramentas virtuais a disposição para melhorar a minha vida. Conheci pessoas pela internet, namorei algumas delas (pessoalmente) e tenho inúmeros amigos lá adquiridos que encontro diariamente. Mas também joguei bola, brinquei de bola-de-gude e pião, conheci pessoas em bares, praças, tomei coragem e fui falar com moças desconhecidas ao invés de adicioná-las no orkut etc. Vivi!

As vezes penso que talvez isso seja medo. Medo da realidade. Medo de que na realidade você não seja tão "bom" quanto é no mundo virtual. No mundo virtual você pode mascarar defeitos e fingir ser outra pessoa. No mundo real a outra pessoa que se tenta fingir não sobrevive muito tempo e não se pode esconder defeitos eternamente. Mas é justamente isso que torna a realidade tão intrigante e inúmeras vezes preferível a virtualidade.
No mundo virtual sua imaginação ganha cor e forma, pode ser alterada a seu bel-prazer, mas é insensível e alí jamais passará disso. Já no mundo real, e somente nele, há a graça de poder transformar a imaginação em algo palpável, sensível e, se necessário, literalmente mutável.

"Apenas quando somos instruídos pela realidade é que podemos mudá-la."
(Bertolt Brecht)

Gosto cada dia mais de seus comentários, Maria Clara!
Abraços a todos!

Anônimo disse...

Obrigada João Artur, apesar dos desafios, ainda acredito que o conhecimento e o prazer encontrado nos livros não serão totalmente descartados, esquecidos por essa turminha que necessita tanto de ajuda para caminhar.
No mais sábio de todos os livros - a Bíblia, já nos tranquilizava em relação a isso "há tempo para todas as coisas".

Maria Clara