terça-feira, 1 de junho de 2010

O advogado que nunca perdeu

Desde muito tempo leio as obras de oratória escritas pelo professor Reinaldo Polito.

Seja na liderança estudantil, seja na liderança sindical ou no meu trabalho de advogado, seus livros tem contribuído para o meu aperfeiçoamento na arte de falar.

Escreveu em tempos recentes o livro Oratória para Advogados e Estudantes de Direito, que já nasceu clássico.

Mas muito me chamou a atenção uma passagem que encontrei num de seus numerosos livros, A Influência da Emoção do Orador no Processo de Conquista dos Ouvintes. Para fortalecer a tese da importância da emoção na oratória ele citou uma passagem do livro de Gerry Spencer, Como Argumentar e Vencer Sempre: "Ao ouvir o que é expresso com o coração o ouvinte também é levado a ouvir com o coração. O poder emana da zona do coração".

E o que me supreendeu foi que ao apresentar o livro de Gerry Spencer, assim escreveu Reinaldo Polito: "Sempre nos deparamos, desde o princípio até os dias atuais, com obras que afirmam ser a emoção do orador importante conquista dos seus objetivos, podemos observar um livro recente (1997) de autoria de um advogado americano, Gerry Spencer, que em mais de 40 anos de carreira nunca perdeu uma única causa criminal".

"Em mais de 40 anos de carreira nunca perdeu uma única causa criminal". Até hoje ainda estou de orelha em pé, tentando assimilar a informação. Pode até ser verdade, mas sinto que faltam outras informações.

Imaginemos um advogado que atua na área cível por 40 anos... não estou me referindo a Gerry Spencer. Se nesse período ele atuou em apenas três causas criminais e ganhou todas, pode se jactar de nunca ter perdido uma causa criminal, e isso também não será grande façanha.

Agora imaginemos um advogado criminalista... Todos os dias em audiências criminais, no júri e fora dele, durante quarenta anos, e nunca ter perdido uma causa? Se existe um assim pode ter certeza que não se trata de um advogado, mas de algum ser milagroso descido das mais altas esferas siderais, e merecedor de nossa adoração.

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