quarta-feira, 21 de julho de 2010

O advogado vitruviano

Marcos Vitrúvio Polião viveu no século I a.C e se dedicou a ciência da arquitetura. Escreveu a obra De Architectura, fonte de inspiração para a posteridade.

Dizia serem três os princípios da arquitetura: utilitas, venustas e firmitas. Utilidade, beleza e solidez. Assim também deve ser a oratória, falar o que é útil de forma bela e com firmeza.

Leonardo da Vinci desenhou o homem vitruviano, com base nos princípios de proporção e simetria ensinados por Vitrúvio.

Polião, certa feita, teria dito, referindo-se a advocacia: "Advogar bem leva a advogar muito e advogar muito leva a advogar mal".

Quem advoga bem tende a ser muito procurado, a ter muitas causas. E quem tem muitas causas a patrocinar, muito trabalho a fazer, tende a realizá-lo mal, fica fora do compasso.

Esse alerta de Polião é precioso. Advogados bons jogam fora a sua carreira porque, na ganância por dinheiro, não selecionam suas causas, aceitam tudo o que aparece no caminho e no final não dão conta do recado, abrindo espaço para a má fama.

"Advogar bem leva a advogar só o tanto que se pode e advogar só o tanto que se pode leva a advogar melhor". Eis o que, a contrário senso, nos ensina o arquiteto Polião. O advogado vitruviano é um advogado de proporção, de ordem, de equilíbrio e como falava Sócrates "é a ordem e a proporção que fazem que uma casa seja boa".

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