quinta-feira, 27 de maio de 2010

Antes de falar

Antes de falar no júri procuro ouvir e sentir, com discrição, as observações das pessoas que acompanham o julgamento... os serventuários, os policiais, os amigos, os curiosos, etc.

Como uma tese, como uma pergunta, como um comportamento ou algo qualquer é analisado por quem está de fora do caso?

O júri representa o povo, e o que o povo sente é mais ou menos o que está também sendo refletido no Conselho de Sentença, basta lembrarmos das pesquisas de opiniões, que não entrevistam todas as pessoas, mas apenas uma certa quantidade delas para saber o que o todo pensa, ou pelo menos qual a sua tendência.

Conhecer o que o senso comum pensa do caso é fundamental no trabalho do advogado, que com habilidade saberá enriquecer sua oratória com as opiniões que circundam o tribunal do júri.

Muitos argumentos defensivos relevantes colhi das observações de pessoas que assistiam aos julgamentos. Quem se dedica no estudo da arte de argumentar sabe da importância de ter a mente aberta para ouvir com atenção o que os outros tem a dizer.

Foi com essa ciência da observação que muitos homens do passado, chamados de rábulas, mesmo não tendo formação jurídica, tornaram-se admirados tribunos do júri, apenas intuindo aquilo que era capaz de arrebatar, conquistar e convencer.

quarta-feira, 26 de maio de 2010

No jardim do Mestre

Ressoando no íntimo do meu ser ouvia os ensinos do Mestre, num jardim cheio de flores, numa tarde ensolarada, debaixo de um formoso cipreste, e lembro-me, porque gravadas em meu coração, suas frases cheias de poder divinal:

"É você quem cria o seu céu e o seu inferno, o seu amor e o seu ódio".

"Lembre-se sempre de se sentir afortunado".

"Ver o falso como falso é o ínicio da visão capaz de ver o verdadeiro como verdadeiro."

"Seja mais amoroso, seja mais autêntico".

"Tudo que vale a pena é arriscado".

"Apenas flua, seja natural, deixe as coisas acontecerem".

"A raiva , o ódio, o ciúme são pedras que impedem a passagem da semente positiva".

"Quando se vive no presente a pessoa se torna chamejante, incandescente".

"O único dever é ser feliz. Faça da felicidade a sua religião".

"O mundo é imenso, sempre que uma porta se fecha, outra se abre".

"A paz mental é um pré-requisito para a paz espiritual".

"Em qualquer coisa que esteja fazendo, lembre-se de criar paz em sua volta".

"Voce se transforma naquilo que pensa".

"O homem é absolutamente livre para ser o que ele quiser".

"O amor torna divino tudo o que toca".

"Você só recebe aquilo que dá".

"Cada momento é um diamante, não o desperdice".

"A força do pensamento é a medicina do futuro".

E assim o Mestre continuou falando, de tantas coisas belas, de tantas coisas de fina elevação. Nunca ouvir um homem falar tão bem a respeito de Deus, da vida, do amor, da consciência, da liberdade, da paz. Suas palavras, bálsamo para a alma, jorravam de uma fonte superior onde só os espíritos iluminados conseguem beber.

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Coragem vem de coração

O texto abaixo é do Mestre Rajneesh, mais conhecido nos tempos atuais como Osho.

A palavra coragem é muito interessante. Ela vem da raiz latina cor, que significa "coração". Portanto, ser corajoso significa viver com o coração. E os fracos, somente os fracos, vivem com a cabeça; receosos, eles criam em torno deles uma segurança baseada na lógica. Com medo, fecham todas as janelas e portas – com teologia, conceitos, palavras, teorias – e do lado de dentro dessas portas e janelas, eles se escondem.

O caminho do coração é o caminho da coragem. É viver na insegurança, é viver no amor e confiar, é enfrentar o desconhecido. É deixar o passado para trás e deixar o futuro ser. Coragem é seguir trilhas perigosas. A vida é perigosa. E só os covardes podem evitar o perigo – mas aí já estão mortos. A pessoa que está viva, realmente viva, sempre enfrentará o desconhecido. O perigo está presente, mas ela assumirá o risco. O coração está sempre pronto para enfrentar riscos; o coração é um jogador. A cabeça é um homem de negócios. Ela sempre calcula – ela é astuta. O coração nunca calcula nada.

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Lições que aprendi nos júris que perdi

Passei por um período, no ano passado, em que amarguei pesadas derrotas no júri. Tive que atravessar o grande deserto da profissão, que os antigos falavam, para poder alcançar um oásis de águas mais cristalinas.

Procurei tirar as lições que precisava, e hoje sei que a derrota, quando bem estudada, é uma grande e valiosa professora, uma alavança para o sucesso.

Tanto ganhar como perder traz grandes emoções para a alma do advogado, que tem por dever saber dosá-las, que tem por dever saber ganhar e saber perder. E também saber esquecer, como diz Eduardo Couture.

Mas não é tão simples assim saber perder, e isso não precisa de maiores explicações.

Esse período foi propício para que alguns detratores começassem a dizer: "Ele não ganha mais nenhum júri", "Acabou a profissão dele", "Já não é mais o mesmo", "Isso é para ele deixar de querer ser bonzão", "Só é fogo de palha", "É uma moda passageira".

Mesmo nesse período o índice de minhas vitórias no júri tinha chegado a 60%, contra 100% no ano anterior. Fiquei com a mente aberta às críticas, com o intuito de examinar objetivamente, toda a situação pela qual passava. Intui que grandes lições estavam me sendo transmitidas em meu próprio benefício. Não foi fácil, tive momentos que cheguei a duvidar da minha capacidade, minha estima esteve abalada, minha motivação encontrava-se em baixa. O entusiasmo parecia me abandonar na profissão que eu decidi amar.

Nessa encruzilhada muitos ficaram, pararam ou desistiram de prosseguir no belo e difícil caminho da advocacia. Quem por esse teste passa sobe um dos degraus mais importantes dessa grande arte, a arte de advogar.

Dos júris que perdi, meu trabalho foi reconhecido por todos os clientes e seus familiares como bem realizado. Mesmo assim, é duro ver uma pessoa condenada, principalmente um cliente seu, e mais, no tribunal do júri.

Contudo, mantive a calma, segurei o leme da minha profissão, esperei que o mar acalmasse, impus para mim que quem lideraria a minha vida seria o meu lado positivo, vitorioso, e não o meu lado negativo.

Tudo passa, é outra lição que aprendi, não por ouvi dizer, embora já tenha ouvido, mas por viver, por experiência.

Por esses dias lendo um livro chamado Diário de um maçom, escrito por Paulo Valzacchi, encontrei uma bela frase de Benjamin Franklin, tão verdadeira e profunda que calou bem no centro meu ser, e me fez recordar aqueles momentos, e me despertou para escrever esse texto:

"O fracasso quebra as almas pequenas e engrandece as grandes, assim como o vento apaga a vela e atiça o fogo da floresta".

Compreendi que a vida não é só de vitórias, que as derrotas tem seus ensinamentos, que ganhar e perder são momentos fugazes da vida, que o que permanece mesmo é a constante mudança de tudo, um eterno aprender. Ressurgido como ave mitológica, nesse contínuo morrer e renascer, estou contando aqui um pouco das minhas confidências profissionais. São muitas as lições que aprendi nos júris que perdi. E agradeço a Deus por ter criado um mundo tão pleno de infinitas possibildades.

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Não há justiça sem Deus

Em Oração aos moços, assim ensina Rui Barbosa:

"Por derradeiro, amigos de minha alma, por derradeiro, a última, a melhor lição da minha experiência. De quanto no mundo tenho visto, o resumo se abrange nesta cinco palavras: Não há justiça sem Deus."

Que frase verdadeira! Nascida não da mera elaboração intelectual, mas da experiência viva de um ser notável.

Só há justiça onde há Deus, porque Deus é a própria justiça. Como o homem vaidoso, egoísta, preconceituoso, intolerante, parcial, será capaz de fazer justiça?

Se ele tem Deus no coração ele sabe examinar com imparcialidade, com inteligência, com tolerância, com medida, com equilíbrio, com amplitude. Se ele tem Deus no coração a frase do Mestre sempre o acompanhará "Na mesma medida que medirdes serás vós medido".

O livro As viagens de Gulliver narra que quando Gulliver chegou a cidade Nínive viu a Justiça representada com seis olhos, dois na frente, dois atrás e um de cada lado da cabeça. E admirado com a imagem perguntou a um de seus habitantes o significado daquele símbolo. E recebe a resposta abruptamente: "Porque a justiça tem que vê todos os lados de uma questão."

Fazer justiça é um ato complexo, laborioso, multidimensional, onde infinitas combinações são feitas para se chegar a uma conclusão. Por ser essa tão grandiosa tarefa é que precisamos da inspiração divina a orientar nossa percepção. Por isso Rui Barbosa disse que a melhor lição que a vida lhe ensinou foi a de que só há justiça onde há Deus.

terça-feira, 18 de maio de 2010

A capacidade de intuir dos tribunos do júri

Preparando-me para realizar um júri folheava o livro Como vencer um debate sem precisar ter razão, de Arthur Schopenhauer.

O caso era difícil, o acusado foi em casa, pegou uma faca, retornou até onde a vítima estava, deu-lhe um empurrão, ela caiu ao solo, bateu a cabeça, desmaiou, e depois sofreu uma facada na região epigástrica. Claro... isso é o que a acusação sustentava.

Encontrei no livro referido a seguinte passagem, escrita em nota prévia por Olavo de Carvalho:

"A capacidade de argumentar é habilidade menor e derivada em relação a capacidade de perceber e intuir".

Com base no direito e no fato em si, eu realmente não tinha razão, mas se juntasse todas as circunstâncias do caso minha intuição dizia que a tese da legítima defesa poderia ser acatada pelo júri. E assim fiz e assim o júri entendeu.

A capacidade de intuir é fundamental aos tribunos do júri, saber o que em cada caso é útil e essencial para convencer.

A justiça é uma energia misteriosa, tão misteriosa que em muitas situações chegamos a pensar, na nossa ignorância, que ela é injusta.

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Basta ser sincero e desejar profundo

No livro O Homem mais rico da Babilônia é perguntado a Arkad, o grande milionário da cidade, como ele se tornou tão próspero.

- Aproveitando as oportunidades disponíveis a todos os cidadãos de nossa cidade.

O diálogo continua.

-Mas naturalmente começou com alguma coisa...

Arkad diz:

- Somente com o desejo de ser rico.

Lendo essa parte do livro logo me lembrei da música de Raul Seixas. "Basta ser sincero e desejar profundo, você será capaz de sacudir o mundo, tente outra vez."

Essas frases me chamaram tanta atenção porque foi exatamente assim, com um desejo ardente, profundo, incalculável, insaciável que me tornei advogado criminalista.

sexta-feira, 14 de maio de 2010

A verdade ajuda a quem merece

O júri foi na cidade de Epitaciolândia - Acre. O velhinho falava com firmeza, cabelos brancos, alto, mecânico, voz arrastada, poucos dentes na boca, disse ter visto a vítima levantando uma cadeira para agredir o réu.

O Promotor não acreditou nesta versão.... o velhinho queria era beneficiar o increpado. Pediu acareação com outra testemunha, que disse que do lugar onde o velhinho se encontrava não dava para ver os fatos.

Acarear significa colocar um na frente do outro, e assim foi feito. Cada um confirmou a sua versão. A juíza chegou a dizer: "uma coisa é certa um dos senhores está faltando com a verdade".

O promotor, com o talento de tribuno e o vigor da juventude, sustentou a acusação... o réu praticou os fatos por futilidade e com recurso que dificultou a defesa do ofendido, dando covarde e exageradamente 5 facadas na vítima, e que o negócio dele dizer que a vítima estava com uma cadeira lhe agredindo, era versão isolada e inverídica.

Quando o velhindo estava depondo fiz a seguinte pergunta a ele:

- O senhor tem interesse em beneficiar alguém aqui neste processo?

Ele respondeu prontamente.

- Estou dizendo a verdade, e a verdade ajuda a quem merece.

Fiz desta frase o sumo da minha argumentação, o refrão, o lembrete constante durante a defesa.

Ao final os jurados entenderam que o velhinho falou a verdade e que o réu deveria ser absolvido por legítima defesa. Quanto a quantidade excessiva de facadas, isso foi justificado tendo em vista que mesmo recebendo um golpe no abdome, a vítima, forte, alta e afamada por ser faixa-preta de caratê e kung fu, continuou agredindo o réu.

Li uma frase de um místico, já faz algum tempo, que gravei na memória: "A verdade nos traz muitas dádivas". E uma dessas dádivas é o que o velhindo disse, "a verdade ajuda a quem merece", a quem tem direito, a quem tem razão.

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Depois do júri... o reconhecimento!

Estou recostado na cadeira em meu escritório lendo o livro Decifrar Pessoas, que tem tudo a ver com o júri, quando me entregam uma elegante cesta bem sortida com todos os tipos de doces deliciosos, e um cartão dizendo assim:

"Dr. Sanderson:

Existem pessoas que sabem colocar um tempero especial em nossas vidas, através da percepção e dedicação. Muitas vezes até traçam um mapa que ainda não conhecemos e que mostra um caminho de imensa felicidade. Muita gratidão por tudo o que o senhor fez, porque pessoas especiais deixam marcas".

O emissário do cartão respondia por tentativa qualificada de homicídio. Em seu interrogatório, visivelmente emocionado, falou aos jurados: "Só tendo Deus em meu coração para aguentar durante mais de oito anos a perversidade dessa acusação".

Convicto de sua inocência pedi ao Conselho de Sentença a absolvição do acusado. O epílogo do meus dizeres foi assim:

"O bom senso é o guardião da alma. Ele fica à porta da nossa consciência para que não entre o engodo, a falsidade, a mentira, a incompreesão. O bom senso só permite que a verdade e a justiça e tudo o que é bom entre no nosso espírito e enriqueça o nosso interior. Invoco esse guardião da alma de vossas excelências pedindo que o acusado seja absolvido em nome da justiça".

O júri atendeu a súplica. E nada melhor do que a sensação do dever realizado, e do reconhecimento de seu trabalho pelo próprio cliente.

terça-feira, 11 de maio de 2010

O homem ecumênico

Do livro o Cipreste no Jardim, de Osho:

"A vida deve ser multidimensional; então ela é rica. Busque, descubra, investigue novas coisas e torne a vida mais rica possível.

A vida deve ter muitas cores, como um arco-íris. Todas as cores devem estar presentes. Uma pessoa só pode ver Deus quando se torna igual a um arco-íris, com todas as cores absorvidas - sem nada sacrificado, nada excluído, tudo incluído."

Isso é o verdadeiro ecumenismo, sorver de todas as fontes, beber da água da vida em todas as religiões, que são caminhos diferentes que conduzem a Deus.

Ser um homem ecumênico, um homem síntese, um homem total, não é uma das tarefas mais fáceis do mundo da espiritualidade. Nessa caminhada temos que passar pelo vale tenebroso das contradições e da insegurança, e poucos são os que conseguem.

Se apegar a algum ismo, islamismo, espiritismo, judaísmo, budismo, cristianismo, taoísmo... têm sido a saída mais confortável, cada um reivindicando para si a condição de "a verdadeira religião".

Se não corrermos, se não nos acovardarmos, se tivermos firmeza para superar o violento choque das contradições, cresceremos, nascerá em nós a integração, florescerá o verdadeiro homem ecumênico, universal, capaz de ver com o coração e com a razão a presença da divina luz, em cores diferentes, em todas as manifestações religiosas.

segunda-feira, 10 de maio de 2010

A rosa e a cruz que carregamos

O advogado criminalista além de carregar a sua cruz, carrega, como Simão Cirineu, a cruz daqueles que defende. Processo criminal significa dor, desespero, choro, crucificação.

Num ambiente lúgubre, o advogado procura a luz, a rosa, a justiça, a salvação para nossas aflições.

Tão dramática é a advocacia. Tão cheia de emoções. Tão vibrante. Tão viril. É uma grande escola da vida.

Tem cruz, mas tem rosas. Tantas cruzes pelo caminho têm que Deus, na sua gentileza infinita, espalhou em cada lágrima, em cada queda, o perfume das rosas.

A poetiza soube cantar em versos o drama da existência, e o advogado, levantando sua sua voz, iniciou a defesa dizendo:

"Quem foi que riu na noite silenciosa, que o riso deu à noite a forma de uma rosa?

E quem chorou depois na noite densa, que a rosa se desfez em lágrima suspensa?

A rosa se faz e a rosa se desfaz, depois a rosa se refaz. E assim vamos todos caminhando carregando nossas cruzes e cheirando nossas rosas.

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Decalogo del abogado

O decálogo bem abaixo foi tirado do livro El alma de la toga, escrito pelo advogado espanhol Angel Ossório. Tenho como uma das obras fundamentais da advocacia universal.

Disse recentemente para um amigo, com o livro na mão, aberto no capítulo intitulado La fuerza interior:

"Como me sinto pequenininho diante de tanta sabedoria. Mas de uma coisa eu já posso me alegrar: tenho consciência da grandeza dessa profissão e das alturas que ela pode chegar beijando o infinito céu azul".

Na página aberta, a frase: "Hacerla justicia o pedirla - cuando se procede de buena fé - constituye la obra más íntima, más espiritual, más inefable del hombre".

Agora, o decálogo, um verdadeiro tesouro de conhecimento:

1. No pases por encima de un estado de tu conciencia.

2. No afectes una convicción que no tengas.

3. No te rindas ante la popularidad ni adules a la tiranía.

4. Pensa siempre que tú eres para el cliente y no el cliente para ti.

5. No procures en los tribunales ser más que los magistrados, pero no consientas ser menos.

6. Ten fe en la razón que es lo que en general prevalece.

7. Ponda la moral por encima de las leyes.

8. Aprecia como el mejor de los textos el sentido común.

9. Procura la paz como el mayor de los triunfos.

10. Busca siempre la justicia por el camino de la sinceridad y sin otras armas que las de tu saber.

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Nas pequenas coisas, a grandeza de Deus!

Todos os dias peço ao Grande Arquiteto do Universo inspiração para meus pensamentos, minhas palavras e minhas ações, e procuro ficar receptivo para sentir as mensagens do alto.

Ao acordar, perguntei ao meu interior: sobre o que escreverei hoje? E fiquei esperando a resposta.

Ao chegar no escritório, tomei meu café, abri meu email e fiquei contagiado pela felicidade de um amigo, que já a algum tempo não mantinha contato. O texto... cheio de descobertas espirituais... reproduzo abaixo:

"Amigo Sanderson, nestes dias de felicidade tenho sentido a sua ausência. Deus tem sido muito generoso comigo e minha família. Estou muito feliz por tudo e gostaria de expressar isso. Diga para o mundo que a felicidade está nas pequenas coisas: num sorriso, num afago, no meio da rua, na boa musica, leitura e entre nós, irmão de fé. Espero que a minha alegria e felicidade contagie também o seu ambiente. Sou grato por tudo, um abraço. Roberto Vaz".

Alegria que transborda, que quer compartilhar, explodir para o mundo, dizer que Deus existe e que está tão próximo, nas pequenas coisas, no orvalho, no passarinho, no sorriso, na amizade, na gratidão, no carinho, na música, na leitura, na fraternidade.

Fico feliz em ver alguém feliz, principalmente quando a felicidade nasce do espiritual, do divino, do elevado. Temos esse direito, o de ser feliz! Caro amigo Vaz, tudo na natureza está interligado, e a sua felicidade torna o mundo mais feliz. Obrigado por ter sido o instrumento de inspiração para este texto, e de me relembrar tão importante lição para vida: nas pequenas coisas, a grandeza de Deus.

terça-feira, 4 de maio de 2010

O supremo domínio

Dizia Sêneca: imperare sibi maximum imperium este. Dominar a si mesmo é o supremo domínio.

Ensina Salomão, em Provérbios 16, 32: "Ser senhor de suas próprias paixões é empresa mais árdua do que tomar uma cidade".

Durante 20 anos o americano Napoleon Hill estudou os atributos dos homens de sucesso, de poder, de prestígio, de fama, e dentre eles figurou o grande criminalista Clarence Darrow. Deste estudo nasceu a imortal obra A Lei do Triunfo.

São 16 as leis que ele encontrou nas grandes personalidades que triunfaram: A mente de mestre, a cooperação, o objetivo principal definido, a confiança em si mesmo, o hábito da economia, a iniciativa e liderança, a imaginação, o entusiasmo, o autocontrole, o hábito de fazer mais que o combinado, personalidade agradável, pensar com exatidão, concentração e foco, tirar proveito do fracasso, tolerância, não fazer aos outros aquilo que não quer que façam a você.

Pois bem, em meio a estas leis encontra-se o autocontrole, que atende também pelos nomes de autodomínio, domínio próprio ou domínio de si. É um dos dons do Espírito Santo.

Para encontrar esta lei, Napoleon Hill entrevistou mais de 160.000 presidiários e constatou que 95% dos presos achavam-se nessa condição por falta de autodomínio. E isso é verdade!

Esta preciosa lei deve ser rigorosamente cumprida por todos aqueles que querem trilhar o caminho da vitória. O domínio de si é o supremo domínio, e senti-lo é saborear o gosto da sabedoria e da glória.

segunda-feira, 3 de maio de 2010

A visão negativa da advocacia

Recebi de um leitor o email abaixo, onde ele aborda, pela visão negativa, outras possibilidades da advocacia. Leiamos:

"Advocacia pode ser um caminho promissor nas ideias de quem já está nela ou que busca dinheiro e status, afinal advogado é advogado! Mas creio que ser advogado no país em que leis servem apenas para prender pobre faltou dizer: quer defender a elite e ganhar tapinhas nas costas? Pela advocacia se chega lá. Quer viver a miséria da condição humana? Pela advocacia se chega lá".

E ele tem razão. Tenho sido ao mesmo tempo um apólogo e um crítico da advocacia. Disse eu em algumas oportunidades que a advocacia tanto pode ser a mais bela como a mais vil das profissões, depende de como a exercemos.

A visão negativa do leitor não é menos real que a minha visão positiva da advocacia. São duas maneiras de ver a profissão. Muito contribui para a abordagem negativa do leitor o próprio comportamento de muitos advogados. Tem malandro, tem ladrão, tem desonesto, chicaneiro, tem tudo o que não presta transitando na advocacia. Mas isso não me impede de ver os grandes homens que fazem dela um instrumento em favor do direito, da justiça e da democracia.

Cabe a cada advogado zelar pelo bom nome de nossa profissão, atuando com mais dignidade, com mais respeito, com mais enlevo, com mais grandeza, só assim a visão positiva prevalecerá sobre a negativa e crescerá o respeito social por tão nobre ofício.