segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Somos filhos das nossas escolhas

Viver é escolher a cada momento.

Já tinha ouvido antes a frase que diz que somos aquilo que escolhemos. Parece-me que é de autoria de Buda, ou de Waldo Emerson. Mas não importa muito, porque frases como essas não têm autoria. Elas circulam pelo mundo do pensamento em busca de serem ditas, porque são reflexos de verdades universais.

E hoje acordei com essa frase na cabeça, e não sei ainda muito o porquê. Talvez apenas para escrever esse texto. Se prestarmos bem atenção, se meditarmos bem sobre o assunto chegaremos a conclusão que somos aquilo que escolhemos.

Escolhemos pensar em determinado assunto, e muitas vezes nem damos conta disso. A escolha foi inconsciente, sutil, pela atração.

Escolhemos falar isso ou aquilo. Em fazermos ou não fazermos. Em sentirmos ou não sentirmos. Escolhemos o tempo todo, conscientes ou não.

E é por isso que nós somos do jeito que somos, a responsabilidade é nossa mesmo, de mais ninguém. Somos filhos das nossas escolhas.

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

20 regras para bem viver

O texto abaixo, intitulado É Necessário Mudar, não é de qualquer um, é de Gurdjieff, filósofo grego, que tenho admirado pela profundidade espiritual de sua mensagem.

Já refleti várias vezes sobre essas regras e tenho visto a importância delas para se viver uma vida com mais qualidade, pessoal e profissionalmente.

Diz o texto:

1) Faça pausas de dez minutos a cada duas horas de trabalho, no máximo. Repita essas pausas na vida diária e pense em você, analisando suas atitudes.

2) Aprenda a dizer não sem se sentir culpado ou achar que magoou. Querer agradar a todos é um desgaste enorme.

3) Planeje seu dia, sim, mas deixe sempre um bom espaço para o improviso, consciente de que nem tudo depende de você.

4) Concentre-se em apenas uma tarefa de cada vez. Por mais ágeis que sejam os seus quadros mentais, você se exaure.

5) Esqueça, de uma vez por todas, que você é imprescindível. No trabalho, em casa, no grupo habitual. Por mais que isso lhe desagrade, tudo anda sem a sua atuação, a não ser você mesmo.

6) Abra mão de ser o responsável pelo prazer de todos. Não é você a fonte dos desejos, o eterno mestre de cerimônias.

7) Peça ajuda sempre que necessário, tendo o bom senso de pedir às pessoas certas.

8 ) Diferencie problemas reais de problemas imaginários e elimine-os, porque são pura perda de tempo e ocupam um espaço mental precioso para coisas mais importantes.

9) Tente descobrir o prazer de fatos cotidianos como dormir, comer e tomar banho, sem também achar que é o máximo a se conseguir na vida.

10) Evite se envolver na ansiedade e tensão alheias. Espere um pouco e depois retome o diálogo, a ação.

11) Família não é você e sim está junto de você, compõe o seu mundo, mas não é a sua própria identidade.

12) Entenda que princípios e convicções fechadas podem ser um grande peso, a trava do movimento e da busca.

13) É preciso ter sempre alguém em que se possa confiar e falar abertamente ao menos num raio de cem quilômetros. Não adianta estar mais longe.

14) Saiba a hora certa de sair de cena, de retirar-se do palco, de deixar a roda. Nunca perca o sentido da importância sutil de uma saída discreta.

15) Não queira saber se falaram mal de você e nem se atormente com esse lixo mental; escute o que falaram bem, com reserva analítica, sem qualquer convencimento.

16) Competir no lazer, no trabalho, na vida a dois, é ótimo para quem quer ficar esgotado e perder o melhor.

17) A rigidez é boa na pedra, não no homem. A ele cabe firmeza, o que é muito diferente.

18) Uma hora de intenso prazer substitui com folga 3 horas de sono perdido. O prazer recompõe mais que o sono. Logo, não perca uma oportunidade de divertir-se.

19) Não abandone suas três grandes e inabaláveis amigas: a intuição, a inocência e a fé.

20) Entenda de uma vez por todas, definitiva e conclusivamente: você é aquilo faz.

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

O vírus da litigância e a postura do advogado

O vírus da litigância é o vírus da briga, da desarmonia, da encrenca judicial.

Tudo o vírus da litigância que levar para justiça. "Vou te colocar na justiça", "Vou procurar meus direitos", "O fulano me disse que se eu levar para justiça eu ganho", "Procura um advogado que tu ganha isso", "Vou te processar".

É cada demanda em busca de dinheiro fácil...! É cada demanda em busca de vingança...! É cada demanda por coisinhas, que só vendo para acreditar e entender o que é o vírus da litigância. Se eu fosse narrar os casos que sempre escuto daria para escrever um livro, e quem sabe...!

Não estou aqui dizendo que as pessoas não devam procurar seus direitos, e eleger a justiça como o meio mais correto de resolver as coisas. Não estou dizendo que o problema dos outros não tem importância.

Estou falando do vírus da litigância, que é uma doença das paixões humanas, de querer usar a justiça como instrumento para viabilizar a ganância, a mentira, a torpeza, a vingança, ou outros interesses escusos e ilegais.

O Divino Mestre Jesus já dizia, ao anunciar sua Boa-Nova, que "antes de chegar as portas do Tribunal se reconcilia-te com teu irmão".

O Estatuto da Advocacia é bem claro no combate ao vírus da litigância, e é triste ver demandistas de toda ordem empanturrando o Poder Judiciário com ações juridicamente inviáveis.

Diz o Código de Ética e Disciplina da OAB, no artigo 2º, Parágrafo Único, inciso VI que "é dever do advogado estimular a conciliação entre os litigantes, prevenindo, sempre que possível, a instauração de litígios".

O advogado existe para promover o justo, o verdadeiro, o bom; o advogado não existe para ser uma arma nas mãos dos briguentos, dos nós-cegos, dos inconscientes, dos que querem oprimir os outros com processos e mais processos disseminando o desgosto e a descrença na justiça.

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

A justiça depende do clima onde ela nasce

Aleatoriamente, ao chegar cedo em meu escritório, abro o livro Advogados e Juízes na Literatura e na Sabedoria Popular, e leio uma frase de Casamayor, escritor francês, que me prende a atenção: "A justiça depende do clima onde ela nasce".

E fiquei examinando...

De uma vara criminal para outra a sorte de um indivíduo pode mudar radicalmente. Numa, pode receber pena pequena ou mesmo ser absolvido, noutra pode receber pena exagerada.

Têm varas criminais que quando você entra já sente o clima pesado, ríspido, animoso, com nuvens carregadas sobrevoando o ambiente, geralmente sendo o reflexo daquele que bate o martelo.

Já em outras varas, o céu encontra-se mais aberto, as brisas sopram suaves, espalhando em todos um clima de maior tranquilidade, sinalizando que ali existe um juiz mais equilibrado.

Fiz essa reflexão. E liguei a frase também ao livro que estou lendo A Prova é a Testemunha, que narra o julgamento do casal Nardoni. Apenas um trecho do clima do julgamento.

"Podval é recebido com vaias, tendo inclusive recebido um chute de um dos manifestantes. É um equívoco imperdoável entender que o advogado concorda com a prática de qualquer crime apenas por estar exercendo seu papel de representar a defesa do acusado, que tem garantia constitucional".

Em outro trecho diz a autora Ilana Casoy:

"É incrível como a população confunde o papel do advogado e o ataca como se ele tivesse cometido o crime em questão. Será mesmo que a sociedade ficaria satisfeita com uma condenação sumária dos réus, que não teriam direito de defesa em um Tribunal do Júri? Gostaríamos de ter pessoas condenadas apenas pela opinião pública, sem nehuma garantia legal, sem que o crime fosse avaliado com isenção de ânimos, pelas provas dos processos? Seria um retrocesso gigantesco nos direitos de liberdade".

A justiça depende do clima - não só do externo - onde ela nasce.

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Lembrança e gratidão

Em 19 de janeiro de 1990, o Grande Mestre das altas paragens se dissolve na existência, tornando-se uno com ela.

Sua música continua sendo um refrigério para as almas daqueles que compreendem sua mensagem.

Em sua lápide se pode ler:

"Osho nunca nasceu, nunca morreu, apenas visitou este planeta Terra entre 11 de dezembro de 1931 a 19 de janeiro 1990."

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Para desabrochar a sensibilidade

Ainda há pouco estava lendo o livro Advogados e Juízes na Literatura e na Sabedoria Popular, onde o autor da obra, Alberto Sousa Lamy, faz referência ao Dr. Ezequiel Prado, personagem do romance Gabriela, Cravo e Canela, de Jorge Amado.

O doutor Ezequiel Prado era advogado famoso em Ilhéus, que "quanto mais bebia melhor falava".

Achei isso engraçado porque lembrei-me dos bêbados falantes e de uma experiência que tive já faz algum tempo.

Muitas pessoas, antes de falar, ingerem algum tipo de bebida alcóolica na ilusão de que se expressarão melhor.

Lembro-me de um júri que fiz em parceria com um colega que não era do Acre.

O júri tinha sido suspenso para o almoço. Saímos e fomos almoçar em um conhecido restaurante de Rio Branco.

Chegando lá nos servimos, e logo chegou o garçom nos perguntando se queríamos algo para beber. Respondi que queria um suco de manga. Meu colega falou que depois do almoço a defesa iria ter a palavra, e que por isso ia pedir uísque bem caprichado.

Eu e o doutor Valdir Perazzo, apalesmados com a situação, nos entreolhamos, como a dizer: "Como é que pode, rapaz!". O causídico percebeu nosso desconforto, e logo justificou, em tonalidade poética:

"É para desabrochar a sensibilidade".

Pelo jeito, têm muitos discípulos, o doutor Ezequiel Prado, famoso advogado em Ilhéus, que como ele mesmo achava "quanto mais bebia melhor falava".

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

A pena e a língua do advogado

Dizia um escritor português chamado José Joaquim Rodrigues de Bastos, a respeito da atitude que um advogado deve ter quando a verdade não estiver do seu lado:

"A pena deve cair-lhe da mão, e a sua língua deve emudecer, quando ele vir que a justiça e a razão não estão do seu lado".

Isso é profundo! De que adianta esbravejar, gritar, teatralizar, quando não somos movidos pelo fogo abrasador da verdade? A quem pensamos enganar?

Isso é profundo! De que adianta aceitar o patrocínio de uma causa quando sabemos que ela é manifestamente ilícita, injusta, mentirosa? Os honorários ganhos desta forma podem trazer uma satisfação real?

Honorários vem da palavra honra. Advocacia sem honra é um castelo construído sobre a areia.

A lição da frase é profunda. Ela também quer dizer:

"Advogado! Jamais deixe a pena cair, jamais deixe a língua emudecer, quando a justiça e a razão estiverem do seu lado".

E tudo isso, só serve para o advogado?

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

A inteligência é imparcial

"A inteligência é imparcial". Esta é uma frase do livro Luz do Caminho, de autoria da mística Mabel Collins.

Vejo também dessa maneira. Quanto mais uma pessoa é inteligente mais seu proceder, seu dizer, seu pensar, se aproxima da imparcialidade.

O homem inteligente procurar a verdade na imparcialidade. Por isso reflete, examina, mergulha na realidade das coisas. Tem um carisma todo especial, jorrando de si perfumes de confiança, de credibilidade, de autoridade.

É algo divino a presença de uma inteligência imparcial.

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Deus é vosso destino

Estava lendo o Alcorão, extasiado em suas mensagens.

Gosto da história do nascimento desta Escritura Sagrada.

Um anjo apareceu para Maomé - o digno de louvor -, e disse: - Recita!

E Maomé declamou o Alcorão. Deus se derramou em Maomé. Deus abriu as portas dos encantos da eloquência e da sabedoria para Maomé. Maomé se realizou em Deus, alcançou o seu destino. A gota do oceano se transformou no próprio oceano.

Só nos realizaremos plenamente quando nos tornarmos uno com Deus, como Maomé, cantando nosso próprio Alcorão.

Na ânsia de ser feliz, a busca é pela fama, pelo dinheiro, pelo poder, pela estética do corpo, pelo sexo, e quando se conquista tudo isso, o homem ainda continua na miséria, no desamparo, na tristeza, no vazio negativo, na amargura.

É isso que quer dizer o Alcorão quando ensina que "Deus é vosso destino". E nesse destino há a felicidade verdadeira, a celebração eterna, o aleluia, o Paraíso, que muitos buscam com a sinceridade do coração.

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

O lado sombrio de cada um

"Não há ninguém no mundo que não tenha um lado sombrio".

Essa frase é de Deepak Chopra, tirada do livo O Efeito Sombra: encontre o poder escondido na sua verdade, escrito em parceria com Debbie Ford e Marianne Williamson.

Um livro imprescindível para aqueles que seguem a máxima socrática do conhece-te a ti mesmo.

Em síntese, dizem os autores que nos tornamos temerosos quanto ao que podemos encontrar se olharmos dentro de nós mesmos; portanto, em vez disso, escondemos a cabeça e nos recusamos a enfrentar o lado sombrio.

Correr da sombra apenas aumenta o poder dela. Negá-la apenas conduz a mais dor, sofrimento, tristeza e sujeição. Se falharmos em assumir a responsabilidade de extrair a sabedoria que está oculta no fundo de nossa consciência, a treva assume o comando e, em vez de sermos capazes de assumir o controle, a escuridão acaba nos controlando, provocando o efeito sombra.

Até que aceitemos tudo o que somos, o efeito sombra terá poder para retardar nossa felicidade. Se passar sem reconhecimento, a sombra nos impede de sermos plenos, de alcançarmos nossos melhores planos, e nos faz viver uma vida pela metade.

Quando não nos escondemos mais de nossa sombra o oposto do que tememos é, de fato, o que acontece. Em vez de vergonha, sentimos é leveza. Em vez de constrangimento, ganhamos coragem. Em vez de limitação, experimentamos a liberdade, a oportunidade, o crescimento.

Longe de assustador, abraçar nossa sombra nos concede uma plenitude, permite que sejamos reais, reassumindo nosso poder, libertando nossas potencialidades e realizando nossos sonhos.

O advogado tem seu lado sombrio. O cliente tem seu lado sombrio. O juiz, o promotor, o delegado, têm seus lados sombrios. Quem atua na área criminal mais do que ninguém conhece o lado mais escuro da alma humana.

"Não somos melhores - dizem os autores - nem piores que ninguém, não importa cor, experiência, orientação sexual, aparência ou passado. Não há ninguém no mundo que não tenha um lado sombrio".

É evidente a importância da leitura do livro para o nosso crescimento pessoal e profissional porque nos auxilia a encontrar o poder escondido do Eu Euperior no lado obscuro de cada eu inferior.

domingo, 9 de janeiro de 2011

O parto da luz

Hoje, mais cedo acordei, de madrugada ainda, para ver da luz, o parto.

Cachorros latindo, galos cantando, pássaros gorjeando.

No horizonte, de dourado vestida, a aurora.

A natureza despertando com a presença do Astro-Rei.

Essa beleza da vida, que é o amanhecer, pude sentir também dentro de mim.

Ao longe canta um bem-te-vi, expressando toda a alegria desta apoteose.

E em silêncio, e em respeito, e em veneração, e em regozijo, vejo o quanto sou pequeno diante de tanta poesia.

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Leituras diurnas e leituras noturnas

Um grande psicólogo chamado Emílio Mira y Lopes, autor do livro Os Quatro Gigantes da Alma, dizia que "o homem possui duas almas, uma diurna e a outra noturna".

A alma diurna é mais ativa, racional, envolvida na luta do cotidiano, na busca do sucesso, da realização, da sobrevivência.

Já a alma noturna é mais passiva, poética, emocional, reflexiva, espiritual, recolhida, recatada.

Minhas leituras seguem naturalmente o curso dessa diáletica do ser.

Durante o dia, minha alma é mais ocidental, sou mais propenso à leitura sobre Direito, História, Oratória, Liderança, Autoestima, etc. Já durante a noite, desperta mais minha dimensão oriental, busco ler algo que alimenta o espírito, sendo os livros de Osho minhas leituras prediletas.

Ontem senti bem isso. Lia o excelente livro Quanto Menos, Melhor, mas me sentia incomodado, meu lado yin pedia uma leitura para o espírito, para o coração, para o estado noturno do meu eu.

Peguei o livro A Flauta nos Lábios de Deus, de Osho, e continuei a leitura...

E disse Jesus: "E caiu a chuva, e transbordaram os rios, e sopraram os ventos, e deram com ímpeto contra aquela casa, que não caiu, porque fora edificada sobre a rocha".

E comenta Osho: "Esta é uma lei básica da vida: se você tenta alcançar algo mais alto, precisará ser testado, precisará passar por muitos testes, por muitos critérios. Esses testes parecem ventos que o atacam com agressividade; mas são bons porque só eles o deixarão forte, cristalizado, só eles lhe mostrarão se você construiu sua casa sobre a rocha ou sobre a areia".

domingo, 2 de janeiro de 2011

Disposição em aprender

Diz Osho que "um homem disposto a aprender pode aprender em qualquer lugar".

Aprende com os animais, aprende com os pequenos acontecimentos do dia, de repente aprende, se quiser. A todo momento Deus está disponível para nos ensinar, para nos ilustrar, para nos esclarecer, de mil formas diferentes, nesta deslumbrante escola que é a vida.

Aquele que não está disposto a aprender, não aprende nem mesmo com os melhores professores, com os mais sábios dos homens.

Aprender exige vontade de aprender, disposição em aprender, querer aprender. Muitos vivem estacionados no caminho, cometendo os mesmos erros, viciados nas mesmas ilusões.

Despertar o interesse em aprender a cada dia, com a coisas que nos acontecem, com as coisas que vemos, sentimos, ouvimos, presenciamos, é uma das grandes dádivas que um homem pode merecer.