quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Finos ensinamentos de vida

Já alertava o sábio Platão: "Cometer uma injustiça é pior que sofrê-la".

Sofrê-la já é tão dolorido! Sofrê-la já é tão inominável, indizível! Imagine cometê-la!? Que consequências isso não traz para à vida da pessoa?

 O sofrimento é duplo. Por isso, olhando do ponto de vista da consciência, dos valores existenciais, das leis universais, a frase é profunda, de efeito imediato, e cheia de verdade, e cheia de urgência!

Navegando pela internet vi uma frase do grande Chico Xavier, bem em consonância com a de Platão; a gente pode até sentir a sinceridade de seus sentimentos: "Fico triste quando alguém me ofende, mas, com certeza, eu ficaria mais triste se fosse eu o ofensor... Magoar alguém é terrível".

Como a sabedoria é bela e tocante! Que finos ensinamentos de vida! Quero seguí-los!

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Quero força pra cantar todo santo dia

No percurso de casa para o trabalho, enquanto a chuva tocava constante e suave o meu caminho, ouvia uma canção que há tempo não ouvia:

"Eu quero luz, quero alegria, quero força para cantar todo santo dia.

Eu quero paz, paz interior, pra repartir com quem olhar pra mim.

Eu quero mesmo é cultivar o amor ver um tantão de flor  no meio do meu jardim".

Querer. Um poeta diz: "Tudo depende é do querer." Querer é poder. Se o homem não quer, como pode ter luz, alegria, força para cantar todo santo dia, paz interior, amor, um tantão de flor no seu jardim?

Nem um mestre, nenhum pastor, nem um santo, nenhum padre, ninguém pode nos dá essas coisas belas da vida, se não a querermos, se não a buscarmos, se não a ansiarmos verdadeiramente  em nossos corações, no fundo de nosso ser.


segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

O "ama-te" precede o "conhece-te"

"Conhece-te a ti mesmo", é uma das máximas sócraticas mais conhecidas.

Osho diz:  "Mas ninguém conhece a si mesmo se primeiro não sentir amor por si mesmo".

Então, o "ama-te a ti mesmo" precede o "conhece-te a ti mesmo".

Como você conhece uma coisa que você não ama? Tiro por mim, e pergunto-me: "Como conheceria a advocacia se primeiro não a amasse?"

Quem se ama se valoriza, se cuida, busca seu aperfeiçoamento diário, conhece seus pontos fortes e seus pontos fracos; e na medida que se ama se conhece, e está em melhor condições de conhecer e amar o próximo, de conhecer e amar o mundo todo.

Amar a si mesmo não é egoísmo é o mais autêntico passo para amar e respeitar o outro. Jesus ensina: "Ama o próximo como a ti mesmo". Se eu não me amo como poderei amar o próximo?

 Sócrates diz: "Conhece-te a ti mesmo e conhecerás o homem  e o universo". A mesma lógica se aplica ao amor: ama-te a ti mesmo e amarás os outros e todo o universo, e isso é o verdadeiro conhecer-se a si mesmo.

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Simplicidade: um sinal de sabedoria

Li ainda há pouco uma frase do poeta e filósofo americano Waldo Emerson, que diz assim: "É uma prova de alta cultura dizer as coisas mais profundas de um modo simples".

Às vezes, deparo-me com expressões, textos e livros extremamentes rebuscados na linguagem. Falta neles a presença da sabedoria.

Muitos profissionais do direito acham que falando termos técnicos de difícil elucidação estão exercendo a ciência jurídica com maestria e sofisticação. Na verdade, o que transparece dessa atitude é a falta de sabedoria, de humildade, de maturidade.

 Diz Leonardo da Vinci: "A simplicidade é o último grau de sofisticação". Quanto mais sábio é um homem, seja em que área for, mais simples e mais profundas e mais tocantes e mais verdadeiramente sofisticadas são suas palavras.

São qualidades da sabedoria: a simplicidade, a humildade, a profundidade, a inteligência, o encanto. E passar tudo isso com simplicidade, em forma de palavras, diz Emerson, é sinal de alta cultura, ou por outra, é sinal de sabedoria.

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Uma mina de sabedoria

"O mundo foi transformado num mercado. Nossa missão é transformá-lo num belo jardim onde todos possam trazer à luz suas próprias flores".

Destino, Liberdade e Alma: Qual o Sentido da Vida? é um dos mais recentes livros de Osho; uma mina, uma cascata, uma fonte de sabedoria.

"Faça o que as suas qualidades intrínsecas desejam fazer. Opte por seguir o caminho para o qual todo o seu ser está fluindo".

"Você existe para ser original".

"O que é o certo? É aquilo que estar em sintonia com a existência".

"Até a boa intenção nas mãos de uma pessoa inconsciente se torna ruim".

"A meditação lhe traz vitalidade, beleza, inteligência".

"Quem é você? Apenas você pode saber".

"Faz parte da existência humana a demanda por completude".

"Se você não se conhece está vivendo na ignorância".

"O significado da vida está na beleza do viver".

Ler Osho é como ouvir a Natureza desabrochando a encantadora força de seu verbo. 

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

De corpo e alma no momento!

Não gosto de escrever só por escrever. Gosto de escrever quando me sinto inspirado, tocado por algum assunto.  O texto sai mais bonito porque animado pelo fogo do entusiasmo, pela chama do interesse; e quem vai ler, sente que o texto brotou levemente do autor,  que surgiu espontaneamente de suas entranhas, que é fruto do aqui e do agora, que é vivo e autêntico.

E eu tenho que respeitar em mim esses momentos, se quero seguir pelo caminho da honestidade com o que escrevo. Existem momentos em que eu não estou inspirado a escrever, como ainda há pouco. Então, tenho que procurar fazer outra coisa, ou mesmo não fazer nada, sentar em silêncio, e zazen, como chamam os budistas, porque segundo eles, sentado em meditação, a primavera vem e a grama cresce por si mesma.

E é assim que de repente me senti inspirado a escrever sobre esta ausência de inspiração e de vontade de não escrever. Escrevo sobre o não escrever, e sinto-me inspirado e interiormente movimentado para isso.

Procuro ser  total naquilo que faço. Se estou no júri defendendo um réu, estou ali de corpo e alma; se estou lendo, estou ali de corpo e alma; se estou escrevendo estou a li de corpo e alma. As coisas passam a ter uma beleza diferente, uma alegria contagiante, e nossa percepção do momento, nossa mundividência, se amplia, se expande, se revela.

E ponto final. Até aqui chegou minha inspiração para este texto!

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Tocar, sentir, ir a além das estrelas!

Perguntaram a Vicent Van Gogh por que ele pintava suas árvores tão altas, até mais altas do que as próprias estrelas.

O artista respondeu: "Porque eu entendo as árvores. Eu sempre achei que as árvores fossem o anseio da terra de alcançar as estrelas. Tocar as estrelas, sentir as estrelas, ir além das estrelas - esse é o desejo da terra".

Há uma frase de Tomás Carlyle, historiador escocês - conhecedor profundo dos grandes conflitos que envolveram o homem na  história da humanidade -   no mesmo sentido da de Van Goh: "O infortúnio do homem tem origem na sua grandeza. Porque há algo infinito nele ele não pode ser bem-sucedido se enterrando completamente no finito".

Nas escrituras ensina Jesus: "Vóis sois deuses".

O sábio Osho diz: "O homem é uma busca".

O que entendo das reflexões acima é que o homem é uma busca pelas estrelas, uma busca pela sua grandeza, uma busca pela sua natureza divina; que sua  plena satisfação e bem-aventurança, que o  apogeu de sua realização, que seu total contentamente, só se dará quando seu ser estiver em absoluta comunhão com o Ser de Deus,  sendo Um Só.

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

A revista-livro sobre o grande mestre dos criminalistas

Por esses tempos tenho me sentido muito ligado ao estudo da advocacia. Às vezes fico impressionado com a sicronicidade que acontece nestes momentos.

Um advogado de São Paulo, o confrade José Saraiva, viu meu livro pela internet e mandou buscá-lo, e de cortesia me enviou uma relíquia, um tesouro, que é uma revista que foi editada, em novembro de 2009, pela AASP - Associação dos Advogados de São Paulo - em homenagem ao grande titã da advocacia criminal brasileira, Waldir Troncoso Peres, falecido no mesmo ano.

De tão feliz que fiquei mandei logo colocar uma capa dura na revista, intitulada Waldir Troncoso Peres: A voz da defesa,  transformando-a numa espécie de livro. Mesmo sem conhecer pessoalmente, Waldir Troncoso Peres foi meu grande inspirador.

Um dos escritores que participam da revista,  Antonio Ruiz Filho, ex-presidente da AASP diz assim: "Esta revista, por sua preciosidade, pelas lições que contém, há de ter lugar destacado na biblioteca de todos os criminalistas que mereçam esse enobrecedor epíteto".

É dificil expressar com palavras o valor desta revista; conta com maestria a vida, os casos, as ideias e o estilo de advogar desse grande homem da advocacia criminal. São textos que trazem encantadoras frases, preciosos ensinamentos, insights raros da arte de advogar.

Cada página que leio é logo preenchida por apontamentos, marcações, grifos, observações. Não sobra quase nenhum espaço vazio. É uma leitura empolgante, de tirar o fôlego, que desperta o entusiasmo e reaviva os que amam essa profissão. Tenho essa revista-livro como um singelo presente trazido a mim pela  misteriosa força da sincronicidade.

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Com meditação a justiça é mais justa

Por meio da meditação, do silêncio interior, o homem passa a desenvolver em si uma visão mais clara e penetrante das coisas, uma  percepção mais ampla e justa do que acontece em seu redor, uma compreensão mais elevada e humanista da realidade.

 A sociedade, em seus vários aspectos, só tem a ganhar quando homens assim, que buscam desenvolver e expandir sua consciência, chegam a postos de liderança, e colocam sua autoridade a serviço do bem comum.
  
Quero citar aqui, um desses homens, Ayres Brito, um dos ministros do maior tribunal da nação, o STF. Cultiva em si uma autêntica e sublime espiritualidade, holística, ecumêmica, profunda.

Em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, 05/03/2008, ao ser perguntado em que momento definiu seu voto, em sua essência, em favor da Lei de Biossegurança, se foi antes do julgamento, depois de ouvir o procurador-geral e os advogados dos réus, após o voto do relator, em que momento, ele respondeu:

"Vou dizer uma coisa que, diante de uma plateia de acadêmicos, seria interpretado como um recibo de anticientificidade. Faço meditação oriental há 13 anos e aprendi com os místicos mais acatados, como Buda, Cristo, São Francisco de Assis e, mais recentemente, Krishnamurti e Osho.  Em suma, eu aprendi nessa literatura espiritualizada que você deve ficar cada momento numa espécie de eterno agora, cortar o cordão umbilical com o passado e com o futuro. Sou uma pessoa muito atenta. Então vou para uma sessão para decidir na hora. Fui decidindo à medida em que os debates ocorriam. Não combinei voto com ninguém nem acho que os outros tenham combinado."

Para mim isso não é anticientificidade, é ciência, é sabedoria. Para se decidir com justiça, há de se saber ouvir, há de se ter atenção, há de se ter sensibilidade, há de se  ter inteligência, há de se ter equilíbrio, há de se ter compromisso com a verdade, há de se ter um profundo respeito por Deus. E a meditação faz desabrochar no homem a semente da consciência universal, contendo nela todas as virtudes que o homem precisa para agir com justiça.

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

A leitura no computador não substitui à leitura do livro

Ler um livro é muito diferente do que ler na tela de um computador. A leitura do computador não tem feito leitores, amantes da leitura, pensadores. Alguns podem até não gostar disso que escrevo, dizendo: "Substitui sim, tem a sua importância!" Tem sua importância, sua utilidade, mas não substitui os efeitos benfeitores da leitura natural.

Não estou querendo convencer ninguém. Isso é apenas uma reflexão espontânea que faço para mim mesmo e que pode ser útil também para alguém que tenha interesse no assunto.

Falta à leitura no computador todo relacionamento afetivo que o homem mantém com o livro desde o seu surgimento. Daí porque os livros digitais, os e-books, não colaram. Quem gosta de comprar livros, quem gosta da leitura, não substitui o livro por outro no formato digital.

Já se ouve falar da morte do livro há décadas devido ao advento da internet; livros e mais livros foram escritos, textos e mais textos foram escritos. Mas o livro continua impertubável na sua jornada pela civilização humana, ganhando cada dia mais adeptos, ampliando sua força no mundo.

Tenho diminuído meu tempo na frente do computador, disciplinado mais este contato, para não me tornar um refém, um servo obtuso, um leitor sem vida e mecânico e desapaixonado, dos textos que leio.

Minha memória, meu espírito, precisam do livro, da leitura do livro. Gosto de manuseá-lo, de senti-lo, de grifá-lo, de levar para onde eu quiser, de manter um contato de verdadeiro amigo com o livro.

O livro tem sido para mim um guia, um mestre, um conselheiro, um conforto, uma luz, um irmão. Em torno do livro existe toda uma energia, uma vibração de milênios, uma egrégora poderosa de conhecimento, de sabedoria, de arte, de ciência .

Não são muitos os amantes da leitura, mas eles são suficientes para dizer que o livro não morrerá, que nada substituirá a sua leitura, a sua presença, a sua magia. Querer substituir o livro pela leitura em uma tela de computador é a mesma coisa que querer namorar, fazer amor, viver o contato a dois pela internet, é dificil de sustentar essa ilusão por muito tempo.

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

O toque do ouro e o toque do amor

Reli duas histórias da mitologia grega. A mente viaja na imaginação a um mundo cheio de grandes histórias e de fortes lições.

A primeira, a do Rei Midas.

Ambicioso, rico, queria ser mais rico ainda, desejando profundamente transformar em ouro tudo que tocasse. O deus Dioniso realizou o desejo dele. Midas passou a transformar tudo que tocasse em ouro. Muito alegre e satisfeito deu uma grande festa no reino para comemorar seu poder.

Mas logo percebeu que não podia beber água, que ela se transformava em ouro; não podia comer, que o pão se transformava em ouro; as rosas do jardim se transformavam em ouro, e já não exalavam mais seu perfume; sua amada filha, ao tocar-lhe o rosto, transformou-se em barra de ouro. Logo ele viu que aquilo não era um presente, era uma maldição.

Noutro mito, Eros pergunta a sua mãe, Afrodite, deusa do amor e da beleza, por que deixou Zeus e os irmãos dele governarem o mundo. Afrodite riu da pergunta e explicou ao seu filho que ela governava os deuses com o seu toque do amor. Então Eros lhe disse que tinha um deus que ela não conseguia dominar, era Hades, o deus do inferno.

Afrodite disse ao seu filho que dominava Hades, sim, e pediu o arco e sua flecha de Eros. Afrodite mirou a flechada bem em cima do coração de Hades, que ao toque do amor começou a sentir coisas diferentes em si. Começou a cantar lindamente, dizendo amar as flores, os rios, a luz do sol, o canto dos pássaros, tudo o que existia. Até o inferno se transmudou sob o domínio do amor.

Deixo a reflexão por conta de cada um. São toques diferentes. Como são belas e profundas essas histórias. Sou um apaixonado por elas!

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Quando somos chamados!

Enquanto lia o livro Os Advogados e Ditadura de 1964: A defesa dos perseguidos políticos no Brasil, uma frase de um poema chamado Desiderata me vinha a mente: "Não seja descrente do Bem que sempre existe, em toda parte a vida está cheia de heroísmo".

Quem quiser conhecer a que patamares de heroismo, de abnegação, de serviço ao direito, de coragem, de ousadia, de responsabilidade que nossa profissão pode chegar, precisa ler este livro. Advogados sequestrados, torturados, mortos, amordaçados, mas mesmo assim a advocacia atendia ao chamado para luta, continuava sua missão, enfrentando todos os perigos da Ditadura.

Uma frase de Sobral Pinto é lapidar: "O advogado só é advogado quando tem coragem de se opor aos poderosos de todo o gênero que se dedicam a opressão pelo poder". Não há como não reconhecer a vocação da advocacia: vocação para a liberdade, para a democracia, para a legalidade.

Nada mais contrário as virtudes do advogado do que a subserviência, o servilismo, a falta de independência para agir, opinar, ter um lado.

A advocacia é por natureza filha da liberdade, que por sua vez faz seu ninho, seu abrigo, seu escudo na advocacia, quando encontra-se atacada pelos regimes de exceção. Ad vocare. Daí surge o termo advocacia. É um chamado, um pedido de intervenção, de auxílio, de socorro. A liberdade, o direito, a democracia, a chama quando encontram-se em perigo. E quando somos chamados parece existir uma irresistível e bela e oculta força que nos move para o cumprimento da missão.

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Nota de apoio e reconhecimento à juíza Luana Campos

É digno de aplaudir, de reconhecer, de elogiar a postura correta, legal e decente da juíza da Vara de Execuções Penais da Comarca de Rio Branco-Acre, a juíza Luana Campos.

Todos esses problemas, superlotação, presos do semiaberto cumprindo pena no fechado, alarmante e ilegal números de presos provisórios, tudo isso denunciamos ao Conselho Nacional de Justiça -CNJ em 2010, o que ensejou a vinda de uma equipe desta augusta Instituição a inspecionar os presídios acreanos, sendo detectadas, na expressão do Conselho, "monstruosidades jurídicas".

A Ordem dos Advogados do Brasil -Acre deveria ser a primeira a manifestar apoio ao posicionamento corajoso da magistrada, que vem cumprindo com consciência e espírito público e humanitário o que estabelece a ordem jurídica nacional. O silêncio não condiz com a vocação da Ordem para os grandes temas que tocam a sociedade.

Alguns podem até dizer assim: "são bandidos", "não valem nada", "leva eles pra casa", "bota logo num hotel cinco estrelas", "só querem mordomias", "agora querem ser os coitadinhos", "e as vítimas?" - esses eu já sei, a qualquer momento estãos sujeitos a bater na porta de um escritório de advocacia pedindo socorro, pedindo respeito as leis nos presídioss em favor de si ou de um ente querido seu.

Todas essas mudanças que vem acontecendo na Vara de Execuções Penais: melhor atendimento ao advogado, mais respeito a advocacia, ao preso, ao familiar do preso, à Lei de Execuções Penais, tudo isso teve gente que lutou, que sofreu, que foi várias vezes processado, para ver o direito triunfando, para ver a vitória da lei contra o arbítrio.

Parabéns à juiza Luana Campos, e que Deus te de força e luz, e que encontre pela frente o opoio que precisas para agir dentro do direito, da legalidade, da moral constitucional, dos valores da consciência universal. Aplaudo-lhe, doutora Luana Campos, porque mereces, e permita-me, de pé!

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

O dom de pensar como um advogado

Uma das coisas que mais me atraíram para a advocacia foi a inteligência dos advogados pensando seus casos; nos filmes que eu assistia, nos livros que eu lia, nas histórias que eu ouvia e imaginava.

Eles viam o que muitos não viam. Criavam argumentos convincentes do nada. Encontravam soluções onde tudo parecia perdido. Era algo criativo, original, admirável, mágico.

O pensar como advogado é inerente à advocacia, e todo aquele que se identifica, que vive e estuda sua profissão começa a desenvolver naturalmente certos talentos da arte de pensar, da arte de raciocinar, da arte de argumentar.

Pensar como advogado, não é, como muitos acham, ver só aquilo que lhe interessa, que lhe favorece, que lhe dá razão. Isso é pensar com bitolamento, com estreiteza.

Pensar como advogado é ver todos os ângulos de uma causa, perceber todos os aspectos de uma situação, comprender as várias dimensões de um problema. Com essa visão, o advogado antecipa, cria, constrói, destrói, argumentos, teses, ideias; exatamente pela capacidade de mergulhar nas coisas com mais profundidade, com mais fôlego, com mais totalidade.

A advocacia é a profissão da palavra, da oratória, da argumentação, do raciocínio; seu potencial quanto a tudo isso é infinito. Cabe a cada advogado buscar desenvolver em si essas maravilhas da advocacia, regar a sua semente profissional para que seu potencial de ciência, arte e técnica venha à luz, e seja posta em favor do bem.

Tem um livro muito bom intitulado Pensando como um Advogado, de autoria de Kenneth J. Vandevelde. Pensar como um advogado não é fácil, não basta apenas ter o título de advogado, no livro mesmo diz que "são poucos os advogados, mesmo os melhores, que têm plena consciência do que significa pensar como um advogado".

Estudar, estudar a profissão, estudar o direito, estudar a história, estudar a filosofia, estudar a psicologia, estudar a oratória, estudar a si mesmo, é o estudo o caminho para desenvolver o verdadeiro e secreto dom de pensar como um advogado.