segunda-feira, 7 de maio de 2012

Eu e as minhas circunstâncias

Disse certa vez o filósofo Ortega y Gasset: "Eu sou eu e as minhas circunstâncias". De vez em quando recorro a essa frase no tribunal do júri para explicar as ações humanas, a relação do homem com o seu meio, as influências recíprocas, mútuas entre o mundo exterior com o mundo interior.

Lendo mais um livro de James Allen, Somos o que Pensamos Ser, identifiquei-me com uma nova abordagem dessa relação do eu com as circunstâncias. Diz o pensador que as condições externas de uma pessoa estão em harmonia com seu estado interno, que a alma atrai para si o que secretamente acolhe, deseja, alberga, sendo as circunstâncias um espelho do seu eu, uma criação própria do homem.

É como se a frase de Ortega y Gasset passasse a ser dita de outra maneira: "Eu sou eu, e as minhas circunstâncias, sou eu também, revelado".

O mundo externo das circunstâncias se molda de acordo com o mundo interno da mente, sendo essas circunstâncias a manifestação daquilo que você merece. Assim resume James Allen: "A circunstância não faz o homem, ela o revela para ele mesmo". Segundo ele, os homens anseiam por melhorar as suas circunstâncias, mas relutam em se aprimorar.

O homem é a causa e o criador de suas circunstâncias.  A frase de Ortega y Gasset é verdadeira, embora superficialmente verdadeira; explica muitas coisas, tem um forte impacto argumentativo, é mais fácil de aceitar, porque abre brechas para que o homem jogue a culpa de muitos de seus males em fatores externos a si mesmo, fuja de sua responsabilidade. A visão de James Allen é  mais profundamente verdadeira, torna o homem senhor de si mesmo, mestre de seu destino,  traz maturidade, traz responsabilidade e imenso poder de autoconstrução de sua própria vida.

Um comentário:

Anônimo disse...

Curti isso! Criou-me uma vontade em ler este livro. Obrigado pelas palavras... isso foi instigante!

Ass: MSO