quinta-feira, 28 de junho de 2012

O Júri de Alice no País das Maravilhas


O Julgamento de Alice no País das Maravilhas, aqui contado livremente com base nas minhas reminiscências, nos leva a muitas reflexões sobre o conceito de poder, de justiça, de legalidade e de direito. É uma história para crianças, é claro, mas quem disse que ela não nos ensina?!

 "Cortem a cabeça", ordenou a Rainha de Copas.

"Mas ela é só uma criança minha Majestade, que tal antes disso fazermos um júri, um jurizinho", disse o Rei, mas para um  bobo da corte do que para um Rei.

"Vamos logo com isso, quero dá minha sentença", aceitou contrariada a Rainha.

O júri foi formado e a acusação foi lida, Alice tinha praticado o crime de lesa-majestade, e tanto outros.

"Agora... cortem a cabeça", sentenciou a Rainha.
"Mas antes da sentença vem o veredicto dos jurados, minha sábia Rainha", falou um pouco com medo, o Rei.

 A Rainha, já meio no limite, disse aos jurados: "Tomem nota, rápido, rápido, quero proferir a minha sentença!"

"Perdão minha digna Rainha, mas ainda, antes  do veredicto, temos que ouvir as testemunhas e a acusada." , lembrou o Rei.

Impaciente, a Rainha viu entrar a primeira testemunha. Depois que foi concluído seu depoimento, ela esfregou as mãos sinistramente e disse: "Agora sim, posso dá a minha sentença!"
"Mas ainda precisamos ouvir mais testemunhas, e a acusada também, minha ama", tremia ao falar, o Rei.

Neste momento um tumulto irreversível foi criado no julgamento, e a Rainha gritava loucamente, "Cortem  a cabeça, Cortem a cabeça", e uma multidão de soldados armados  corriam atrás de Alice, e pega não pega, ela acordou de seu grande pesadelo.
"Foi só um sonho, Alice! Foi só um sonho!", disse sua irmã, com a vez melíflua e  acalmadora.

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