sexta-feira, 30 de março de 2012

O poder não corrompe, revela!

 Compartilho do mesmo pensamento do grande filósofo Osho sobre o poder, diz ele, no livro Sacerdotes e Políticos: A Máfia da Alma:

"Quando o poder vem às  mãos das pessoas, todos os cães adormecidos dentro delas começam a latir. O poder se torna um alimento para elas, uma oportunidade de extravasar. Não é que ele corrompa; as pessoas que o têm, em sua grande maioria, é que são corruptas.

O poder nas mãos de Buda ou de Jesus não corrompe, pelo contrário, auxilia a humanidade a elevar a consciência. O poder nas mãos de um Stálin ou de um Hiltler destrói pessoas, derrama sangue, tortura, mata.

A maioria das pessoas estãos vivendo sem consciência, e quando chegam ao poder todos os seus instintos insconscientes e suas tendências malignas têm chance de serem saciados, de virem à tona. O poder é mal usado porque que os usa tem o mal fervilhando dentro de si.

O poder em si é neutro, não é nem bom nem mal, vai depender do uso que se faça dele, da qualidade de quem o detém. As pessoas devem ser limpas de todos os feios instintos para exercerem o poder. O poder nas mãos de um homem de bem é uma benção, mas nas mãos de um homem mau, uma maldição".

quarta-feira, 28 de março de 2012

As plaquinhas ameaçadoras do desacato

Eu acho muitas vezes engraçado quando se chega em determinadas repartições públicas e vemos afixado na parede, em tom ameaçador, uma plaquinha: "Desacato - Art. 331 do CP. Desacatar funcionário público no exercício da função ou em razão dela: Pena - detenção de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, ou multa".

Esquecem de dizer nas plaquinhas deles que não existe desacato se quem dá causa a reação do cidadão é o arbítrio, o mau-humor,  a ignorância, a displicência, a falta de respeito do funcionário ou da autoridade. Percebo que onde estão expostas essas plaquinhas são nos lugares onde mais se evidencia o mau trato com o público.

 Quero como presidente da Ordem, já que eles gostam de tantas plaquinhas, afixar outras. Uma dirá:  "Art. 6º, § Único da lei 8.906/1994: As autoridades, os servidores públicos e os serventuários da justiça devem dispensar ao advogado, no exercício da profissão, tratamento compatível com a dignidade da advocacia e condições adequadas ao seu desempenho"; e a outra plaquinha, em caixa alta, escrever-se-á: "DESACATO É CRIME, ABUSO DE AUTORIDADE TAMBÉM".

Amigos da Advocacia

Preparando-me mais para a eleição da OAB. Estou lendo o livro A OAB na Voz de seus Presidentes.

Surgiu-me uma ideia ao ler um trecho da entrevista de Márcio Thomaz Bastos, presidente nacional da OAB entre os anos de 1987-1989, período importante da qual nasceu a nossa Constituição.

Diz ele, referindo-se ao dr. Ulisses Guimarães, presidente da Assembleia Nacional Constituinte: "Ele foi um amigo da OAB".

 Quero então criar uma premiação anual, intitulada Amigos da Advocacia, um prêmio de reconhecimento e louvação, destinado as autoridades que se destacarem no respeito à dignidade e às prerrogativas dos advogados.  Será um prêmio tão bonito e glamouroso para o currículo que muitos sonharam em recebê-lo.

segunda-feira, 26 de março de 2012

O túmulo da justiça

Numa frase lapidar, disse Prado Kelly, presidente nacional da OAB entre os anos de 1960-1962, e ex-ministro do Supremo Tribunal Federal, no livro A Missão do Advogado:

"Só há justiça, completemos, onde possa haver o ministério independente, probo e corajoso dos advogados. Tribunais de onde eles desertem serão não mais o templo, mas o túmulo da justiça".

Já vi acontecer isso algumas vezes: profissionais sem empolgação e ânimo para atuar em determinadas varas e tribunais, devido ao desrespeito, a intolerância, a agressividade, o pouco caso com o direito, por parte daqueles que deveriam ter como norma de conduta a gentileza e a lhaneza no trato com os advogados.

Não é muito difícil conhecer um juiz - e isso se aplica a outras autoridades -  pela forma que os servidores da vara tratam os advogados e os jurisdicionados, porque eles apenas refletem a atmosfera psicológica da autoridade do lugar. É muito raro um diagnóstico como este dá errado, muito raro mesmo!

Acontece o que disse Prado Kelly, a gente sente que ali não há uma sacralidade, uma reverência pela justiça, que a justiça ali morreu, pelo menos momentâneamente, até ela se erguer de novo com todo vigor e prestígio saciando aqueles que sentem sede e fome de sua presença.

Certo estavam os gregos que, antes de iniciarem um julgamento, espalhavam água benta e acendiam incensos pelo recinto como forma simbólica de afastar as tendências malignas do interior do ser humano fazendo seu julgamento se aproximar o máximo possível da Verdade e do Sagrado.

sexta-feira, 23 de março de 2012

Não existe pessoa preguiçosa!

Gosto de frases criativas, originais, que veem as coisas de um ângulo novo, sem perder de vista a lógica e a consistência, e sem necessariamente negar ou excluir os outros pontos de vista.

Por esses dias estou citando muito Napolleon Hill, devido ao livro dele, que estou lendo.

Tem pensadores, filósofos,  líderes, que a gente dá uma credibilidade maior, sente neles mais firmeza para ensinar, mais sabedoria, mais autenticidade no conhecimento que difundem, e Napolleon Hill é uma dessas pessoas que tenho como um dos meus orientadores.

Diz a frase: "Não existe pessoa preguiçosa. O que parece ser um preguiçoso é apenas um infeliz que ainda não encontrou o trabalho para a qual é talhado".

quarta-feira, 21 de março de 2012

Nascidos um para o outro

Quando alguém me diz assim, brincando, mas veladamente atacando a advocacia:

 "O advogado é aquele profissional frustrado que, não conseguindo passar num concurso para juiz ou promotor, foi advogar".

Replico-lhe, no mesmo tom, brincando também:

 "Você deve está enganado, deturpando a frase, pois, na verdade, juiz e promotor é que são aqueles profissionais que, não tendo tido a capacidade de advogar, foram fazer concurso público".

 Depende muito do ângulo que se ver as coisas. O bom mesmo é que cada um faça aquilo que gosta.

Napolleon Hill diz: "Uma das grandes tragédias da civilização é a pessoa ter de exercer uma profissão de que não gosta". O que será de um juiz, de um promotor, de um advogado que não nasceram para essas profissões? Não será difícil perceber que eles serão uma tragédia para a sociedade.

E completa Napolleon Hill: "Nada mais romântico do que o indivíduo e o seu trabalho feitos um para o outro".

segunda-feira, 19 de março de 2012

A visão clara das coisas

Esse texto eu já queria escrever há mais de mês, mas só agora veio-me a inspiração que precisava. Tem uma frase de Osho, que é um tesouro de extremo valor,  que sempre me lembro quando estou participando de algum julgamento. Diz a frase: "Só tem uma visão clara das coisas aqueles que observam sem julgar".

É impressionante quando se consegue ouvir as testemunhas, o réu, o promotor, o juiz, sem movimentar a mente com diálogos mentais. O que dificulta esse trabalho, de ver, ouvir, sentir, perceber sem julgar, é o clima de parcialidade que envolve um julgamento. O advogado está  ali para defender o cliente, não pode vacilar, portanto, fica feliz quando algo o beneficia, mas fica triste, com raiva, decepcionado quando algo o prejudica. Isso acontece também com a outra parte, o promotor, e acontece com o juiz também, na maior parte das vezes, que leva pré-julgamentos em sua cabeça, embora não devesse assim proceder.

Não é que colocando em prática a frase de Osho irei deixar de defender o meu constuinte, mas ouvindo as coisas com atenção e imparcialidade, a verdade se evidencia mais, os argumentos se arranjam e aperfeiçoam, o fato é entendido melhor, e uma luz sobre a causa se revela intensidade.

Participei de uma audiência que consegui chegar muito próximo de permanecer nela sem julgar, do início ao fim. Chega a ser algo assustador, admirável mesmo, uma espécie de milagre, de detector de mentiras, de descobertas de verdades.

Assim venho procurando exercitar esse grande ensinamento de Osho na minha vida diária, pessoal e profissional, ouvindo um cliente, participando de um julgamento, conversando com um amigo, ouvindo as pesssoas falarem, observando com imparcialidade as coisas para entendê-las com mais claridade. Como disse, é um trabalho árduo,  mas é algo que se vale a pena buscar, é uma verdadeira chave de ouro.

segunda-feira, 12 de março de 2012

Por uma nova Ordem!

Nobres advogados, honradas advogadas, cidadãos acrianos!

Anuncio a todos  minha intenção de ser candidato à presidência da Ordem dos Advogados do Brasil - Seccional do Acre.

Tenho como ideal servir com independência e senso de dever, com firmeza e equilíbrio, com consciência e coragem, com espírito de união e fraternidade, com dedicação e zelo, com ética e honra à advocacia acriana, contribuindo para que ela seja a cada dia mais prestigiada e respeitada, valorizada e admirada.

Reconheço os importantes avanços que tivemos nos últimos tempos na OAB/AC. No entanto, precisamos agora de um novo impulso, de uma renovação, de novos passos; precisamos de uma nova oxigenação, de uma mudança, de uma nova ordem.

Quero contar com o seu o apoio, amiga advogada, amigo advogado,  para que juntos possamos fazer o que precisa ser feito, mudar o que precisa ser mudado, dizer o que precisa ser dito, transformar o que precisa ser transformado.

A Constituição brasileira e o Estatuto da Advocacia nos asseguram o pleno e livre exercício do nosso ofício. Mas isso na prática acontece? Então, posso resumir meu propósito como presidente da OAB/AC em uma frase: fazer valer nossos direitos, fazer valer nossas garantias, fazer valer nossas prerrogativas, fazer valer nossa dignidade profissional!

Conto com vocês! Por uma nova Ordem!

sexta-feira, 9 de março de 2012

Somos todos vendedores!

Sou um leitor das obras de Napoleon Hill, um dos mais influentes estudiosos americanos da filosofia da realização pessoal. Em seus escritos, a advocacia é sempre bem citada, bem tratada, bem referenciada, como por exemplo, em um de seus livros que eu estou lendo, Quem Vende Enriquece. Para ilustrar uma rara qualidade do grande vendedor - saber promover e saber se promover - assim ele explica como nasceu o Rotary Club, conhecida organização internacional de caráter humanitário:

"Um jovem e empreendedor advogado de Chicago, chamado Paul Herris, teve uma brilhante ideia para contornar a lei que impedia a propaganda de serviços de advocacia. Ele reuniu cerca de 30 empresários conhecidos e organizou o Rotary Club. Claro que a intenção era estabelecer contatos que pudessem converte-se em clientes, como resultado das relações pessoais desenvolvidas nos encontros semanais. O movimento espalhou-se por todo o mundo, tornando-se uma força internacional para o bem. Nada mau para seu criador".

Napoleon Hill ensina que uma das competências mais fundamentais e raras do grande vendedor é saber, inteligentemente, promover seus produtos, sua pessoa, suas ideias, seus serviços, suas opiniões, seus conhecimentos, suas imagens, seus sonhos, seus projetos. E o que o advogado, o empresário, o político, o líder, seja de que área for, fazem em suas ações diárias? Vender, aqui, está no sentido mais amplo que se possa imaginar, isso lhe inclui - somos todos, de alguma maneira, vendedores; e observando bem, não tem como negar isso, uma simples postagem no facebook, e uma venda esperamos que aconteça: um curtir, um comentar, um compartilhar.

quinta-feira, 8 de março de 2012

As indelicadezas com a advocacia

Estava esses tempos em uma audiência quando, de inopino, perguntou-me um promotor: "Muitos crimes acontecendo, né, doutor? - bom para vocês advogados, que não falta trabalho".

Senti logo o tom provocativo e arrogante e baixo da pergunta. Respondi-lhe, mansa e claramente, como diz o poema Desiderata:  "De um ponto de vista subterrâneo é bom para todos nós. Policiais, juízes, promotores, peritos, estariam todos desempregados se não houvessem as violações da lei. O que seria da profissão do médico se não houvesse a doença; e onde estariam os pastores, padres, os psicológos etc, sem não houvessem o pecado, as neuroses, as aflições do espírito".

Mas ele queria enlamear a minha profissão, e isso eu não permiti. E depois falou, desconfiado: "É mesmo, não havia pensado assim tão amplamente". O juíz deu-me um leve sorriso de aprovação. É, talvez agora ele, o promotor,  pense duas vezes antes de reproduzir suas indelicadezas com advocacia.

segunda-feira, 5 de março de 2012

Escritório de advocacia: laboratório da alma humana

Waldir Troncoso Peres, um dos maiores tribunos da história do júri brasileiro, ensina aos advogados, um sábia filosofia profissional, uma humanista lição para o exercício correto da advocacia, que venho procurando seguir:

"Nunca deixe voltar com mãos vazias aquele que lhe bater às portas do seu escritório. Se aceitar a causa, defenda-o. Se não aceitar, ofereça-lhe uma palavra de conforto, de carinho e de compreensão".

Quantas não são as pessoas que aportam num escritório de advocacia procurando solução, alívio e esperança para suas dores, aflições, desesperos? Procurando uma palavra amiga e sincera, um bom atendimento, alguém que lhe saiba ouvir com atenção e respeito?

Waldir chamava o escritório do advogado como o laboratório da alma humana, onde se desfila com toda crueza e nudez, o que o homem tem de mais baixo e de mais alto em seu espírito, em seu caráter, em sua personalidade.

O que uma pessoa levaria meses para dizer num divã do psicólogo, muitas vezes diz em minutos na cadeira de um escritório de advocacia.

Por tudo isso, o advogado tem que ter uma responsabilidade e um zelo muito grande com aqueles que lhe procuram em busca de remédio para seus males. É triste imaginar uma pessoa saindo de um escritório de advocacia com as mãos vazias, desesperançado, amargurado, com um peso quase insuportável em seus ombros.

Daí a importância de estudarmos o que diz o Mestre:"Nunca deixe voltar com mãos vazias aquele que lhe bater às portas do seu escritório. Se aceitar a causa, defendado-o. Senão aceitar, ofereça-lhe uma palavra de conforto, de carinho e de compreensão".

quinta-feira, 1 de março de 2012

Você é quem cria seu céu e o seu inferno também!

Esta semana venho meditando a respeito de um sutra de Buda, tirado de seu livro Dammapada, que significa O Caminho da Justiça. Sutra é  uma pequena afirmação, rica de estudos interpretativos, que contém o essencial, é como se fosse uma máxima. Essa forma de dizer as coisas importantes da vida de uma maneira  sucinta facilitava a memorização e a  transmissão oral de seus ensinamentos por seus discípulos.  Esse sutra  que estou meditando é comentado por Osho no livro A Descoberta do Buda. Diariamente, durante a semana,  revejo o texto escolhido, o examino,  procuro vivê-lo. Ele não me deixa outra saída a não ser olhar para dentro de mim mesmo, mesmo nos momentos desagradáveis, onde tendemos a lançar culpar para todos os lados.

Diz o sutra de Buda: "A maldade é sua. A Tristeza é sua. Mas a virtude também é. E a pureza. Você é a fonte de toda pureza e de toda impureza".

Comentário de Osho: "É você quem cria seu céu, é você quem cria seu inferno. É você quem escolhe; a responsabilidade é sua. Um indivíduo que procura a transformação aceita essa responsabilidade de si mesmo. Você é fonte de tudo que acontece no seu exterior. Precisa -se de uma observação bastante alerta, bem corajosa, bem inteligente para ver isso. Ser responsável por tudo que acontece com você parece algo muito cruel, desesperador, pesado, angustiante, mas só no começo. Uma vez que isso seja aceito devagarzinho você fica ciente do grande potencial e da grande liberdade que isso traz. Se eu sou responsável pela minha infelicidade, então posso abandoná-la, pois sou responsável pela minha felicidade também. Se você é um espinho para si, criará espinhos a sua volta. Se você é um jardim para si, criará um jardim em sua volta. O mundo é um eco, não deixa de lhe responder."

Não é fácil encarar de frente a verdade. "Mas conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará", disse o Divino Mestre Jesus.

"Ser responsável por tudo que acontece com você parece algo muito cruel, desesperador, pesado, angustiante, mas só no começo. Uma vez que isso seja aceito devagarzinho você fica ciente do grande potencial e da grande liberdade que isso traz".