terça-feira, 31 de março de 2015

Defesa sem floreios

Sustentando o Hábeas Corpus em favor do cantor Hangell - um caso que gerou repercussão nacional. 

Hoje, em audiência na primeira Vara do Tribunal do Júri, o crime foi desclassificado de tentativa duplamente qualificada de homicídio para lesão corporal, e o cantor foi solto após três meses de prisão. 

Vitória da tese que eu intuía desde o início. Não estou a defender o que ele vez - altamente reprovável - defendi apenas o enquadramento correto dos fatos à norma jurídica. 

A minha defesa foi pragmática, técnica, sem muitas considerações de natureza moral ou pessoal ou extrajurídicas.

 "Facto, non verba!", "Fatos, não palavras!", como dizia no tribunal o grande advogado e orador Santo Agostinho.

sexta-feira, 27 de março de 2015

O poder realizador da concentração

Diz Catherine Ponder, em As Leis Dinâmicas da Prosperidade,  que "o homem pode liberar mais poder produtor de resultados em uma hora de concentração mental do que em 24 horas de trabalho físico". 

Não conhecemos ainda todo o poder de realização de uma mente concentrada num objetivo. 

Daí explica-se que pessoas que parecem trabalhar 24 horas por dia tem a sensação de não sair do lugar. Enquanto outras - o que não é tão comum assim, diga-se - com calma, serenidade e passos firmes num objetivo bem focado, realizam muito mais em menos tempo de trabalho.

Varas criminais sem gestão e sem foco

Quando eu chego numa Vara Criminal e vejo a pauta com 9 ou mais audiências, quase todas marcadas para o mesmo horário, com inúmeras testemunhas cada uma delas, uma conclusão se impõe: falta de gestão e de respeito com as partes.

 Às vezes, ou melhor, quase sempre, em determinadas varas, uma audiência marcada para as 9 horas só começa as 13 horas. São varas onde, geralmente, os servidores são mais estressados e mal educados com os jurisdicionados; varas tumultuadas de reclamações. 

São Varas onde o juiz chega a hora que quer, não tem objetividade, e os processos quase não andam. Mais uma vez: falta de gestão! 

A mais rara das inteligências

Existem vários tipos de inteligências, conforme ensina o psicólogo Howard Gardner, com sua teoria das inteligências múltiplas. 

Temos todas elas em nós, em níveis de destaque diferentes. 

Qual a inteligência mais rara, e a menos desenvolvida nas pessoas?

A inteligência intrapessoal: viver em paz consigo mesmo, conhecer a si mesmo, meditar, concentrar, mergulhar no seu eu, viver no agora; domínio de si, inteligência emocional.

terça-feira, 24 de março de 2015

Entristecido triplamente

Entristeceu-me triplamente o que fez o magistrado do Caso Eike Batista ao se apropriar de dinheiro apreendido pela Justiça. 

Entristeceu-me triplamente porque, primeiro, ele é acriano.

Segundo, é budista.

Terceiro, um juiz federal agindo desse jeito!

Discipline-se

Hoje minha vontade era de ficar em casa, na cama. Mas vim trabalhar. 

Ao chegar no escritório, abri um livro que recentemente comprei, Segredos de Liderança, de Michael Heath, na página que diz:

"Discipline-se: autodisciplina é colocar de lado o que você gostaria de fazer para concentrar-se em algo que precisa ser feito. É reconhecer as tentações, os desejos, os comodismos e hábitos que podem seduzi-lo a tomar um caminho mais fácil. Um líder recorre a força mental que faz com que ele escolha o caminho mais difícil - e correto. E esse caminho envolve sacrifício e comprometimento". 

Depois de ler isso me senti um vitorioso de ter agido como um líder, ao me levantar da cama e vencer a minha indisposição e preguiça num dia de segunda-feira.

quarta-feira, 11 de março de 2015

Pra mim, aprender a viver é aprender a viver no aqui e no agora

Epicuro, sábio grego do século IV a.C, ensinava aos seus alunos, na sua Escola de Sabedoria, chamada O Jardim, a desfrutar o que acontece no momento presente, a ancorar o prazer e a alegria da vida no agora. 

Inspirado em seus ensinamentos, o poeta Horário escreveu e imortalizou o clássico verso: 'Carpe Diem', literalmente, 'aproveita o dia'; significando: degusta a plenitude do instante. 

Experienciamos isso? Sabemos seu real valor? Ou é apenas algo mental, que reproduzimos, sem a devida consciência, sem a devida vivência? Achamos bonito, acreditamos que até seja verdade; mas é algo que faz parte de minha forma de viver? É minha busca, se desapegar do passado, se desapegar do futuro, e sentir satisfação no momento presente? 

Pra mim, aprender a viver, é aprender a viver no aqui e no agora - é uma expressão que sintetiza com fineza a essência da alta espiritualidade.

terça-feira, 10 de março de 2015

Júri: culminâncias extraordinárias

Depois de 15 anos, releio um dos maiores clássicos da literatura do júri, em nova edição ampliada: Grandes Advogados, Grandes Julgamentos: No Júri e noutros Tribunais, de autoria de Pedro Paulo Filho.

 Agora o leio com uma nova maturidade, mas com o mesmo entusiasmo varonil - graças a Deus! - pela advocacia e pela tribuna popular!

 Prefaciando a obra, diz Antonio Mariz de Oliveira:

 "O júri simboliza a advocacia na sua plenitude, pois lá a liberdade de atuação do advogado é ilimitada; lá as qualidades de orador, argumentador, cultor das ciências jurídicas, conhecedor do homem e da vida podem atingir culminâncias extraordinárias". 

sexta-feira, 6 de março de 2015

Riquezas profundas

Riqueza não é só ter dinheiro ou casa bonita - e é bom ter tudo isso.

 Riqueza é também saúde, riqueza é paz, riqueza é amizade, riqueza é harmonia familiar, riqueza é a luz na consciência, riqueza é um estado de espírito, é se sentir bem consigo mesmo.

Riqueza é a sensibilidade de perceber e desfrutar o mistério e a beleza da vida.

A virtude da diligência

Salomão ensina que a diligência é uma virtude capaz de levar o homem ao sucesso e a prosperidade.

A diligência é o carinho, o amor, o zelo, a atenção, o cuidado, a excelência, o talento que colocamos em tudo o que fazemos. 

E o Grande Rei diz em Provérbio 22:29: "Vês um homem diligente em seu trabalho? Ele será posto a serviço de reis". 

Um homem sem diligência é um homem preguiçoso e sem vigor, e um homem preguiçoso e sem vigor tem a pobreza e a lamentação como fiéis companheiras.

quinta-feira, 5 de março de 2015

A defesa no júri com a lupa de Sherlock Holmes

Sherlock Holmes - um dos meus grandes professores. 

Quando jovem lia avidamente muito de suas histórias, e ainda leio. 

Admiro a sua lógica, a sua observação aguçada, a sua atenção profunda, a sua grande capacidade de concentração, seu silêncio meditativo, sua calma, sua inteligência imperturbável.

Procuro construir as minhas defesas no júri com a lupa de Sherlock Holmes. 

quarta-feira, 4 de março de 2015

Gnothi seauton

"Gnothi seauton" - "Conhece-te a ti mesmo".

"Seja o que deseja aparentar".

"Não se acomode em seus talentos".

"Só sei que nada sei".

"Reconhecer a ignorância é o início da sabedoria".

"Uma vida não examinada não vale a pena ser vivida".

"Exerço o mesmo ofício de minha mãe: sou parteiro; ela faz nascer crianças, e eu faço nascer a verdade".

Não se acomode em seus talentos

"Não se acomode em seus talentos", diz Sócrates.
Leia, estude, pesquise, pratique, ponha-os em movimento, desenvolva-os, reaja com firmeza à apatia e à preguiça.

Caso contrário, eles atrofiarão, e você sofrerá por ter feito pouco caso dos dons que recebeu.

O poder do método sócratico

"Não é vergonhoso não saber. Vergonhoso é não querer aprender". Sócrates

Sócrates foi um demolidor dos falsos saberes, do egos iludidos, das mentes superficiais. Até hoje continuo a me beneficiar de sua sabedoria.

Perguntar, indagar, questionar, duvidar, investigar, buscar, escavar, examinar, é o método socrático para se descobrir a verdade. É evidente a importância do método socrático para um advogado, para um orador, para um líder, para todo aquele que ser propõe a ver as coisas com mais consciência.