terça-feira, 29 de novembro de 2016

A Senda do Dia e a Senda da Noite no júri popular


Após treze horas de julgamento, os jurados de Brasiléia chegaram ao veredicto: absolveram o acusado de cinco tentativas de homicídio. 

Disse eu, no início de minha oratória: "Senhores e senhoras do Conselho de Sentença, o 'venerando e terrível Parmênides', como a ele se referia Platão em tom de reverência, certo dia, teve uma revelação: viu-se, o filósofo, num carro conduzido por lindas musas, as Filhas do Sol, montadas em belos corcéis, que o levaram até onde o seu intenso desejo de conhecer a verdade podia chegar. Numa planície de indizível beleza, Parmênides, foi recepcionado pela majestosa deusa da Justiça. A deusa, apresentava-se como guardiã de duas portas, sendo que estas conduziam a dois caminhos. Diante de Parmênides, com voz doce e poderosa, a deusa revelava-lhe os segredos da Senda do Dia e da Senda da Noite: "O ser é, e não pode não ser; o não ser não é, e não pode ser. Quem compreende isso, Parmênides, os homens raros, seguem a Senda do Dia, da razão, da persuasão, da ciência, dos fatos, da verdade, do lógos. Quem não segue, os homens comuns, andam perdidos na Senda da Noite, dos sentidos enganosos, do erro, da falsidade, das percepções superficiais, achando que algo é quando não é, ou dizendo não ser aquilo que é". 

Convidei os jurados a seguirmos a Senda do Dia, e a Senda do Dia juntos seguimos.

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